Iniciativa envolveria “um cessar-fogo baseado nas linhas de batalha prevalecentes”. Trump faria exigências aos dois lados.
Donald Trump tem um plano para pôr fim ao conflito entre Moscovo e Kiev que poderá pôr em prática se ganhar as eleições presidenciais que se avizinham nos Estados Unidos.
A iniciativa, apresentada ao político por dois dos seus principais conselheiros, “envolve dizer à Ucrânia que só receberá mais armas dos EUA se iniciar conversações de paz”, noticiou a Reuters esta terça-feira.
Por outro lado, Washington avisaria também a Rússia que, caso recuse dialogar com a Ucrânia, será fornecido a Kiev um “apoio armado acrescido”. Ao mesmo tempo, seria estabelecido “um cessar-fogo baseado nas linhas de batalha que prevalecem durante as conversações de paz”.
A agência especifica que o plano foi elaborado por Keith Kellogg e Fred Fleitz, chefes de gabinete do Conselho de Segurança Nacional durante o mandato de Trump, entre 2017 e 2021.
Segundo Fleitz, Trump deu luz verde à estratégia. “Não estou a dizer que ele concordou com cada palavra, mas ficamos satisfeitos em obter a resposta que obtivemos”, disse.
“A nossa preocupação é que isto se tenha transformado numa guerra de desgaste que vai matar toda uma geração de jovens”, disse ainda Fleitz.
A Ucrânia não precisa de ceder formalmente território à Rússia, mas é “improvável” que recupere “o controlo efetivo de todo o seu território a curto prazo”.
Disposto a “fechar a torneira”
De acordo com o plano, alguns republicanos opor-se-ão a gastar mais dinheiro na Ucrânia, tendo em conta que os EUA já destinaram mais de 70 mil milhões de dólares em ajuda militar a Kiev desde o início do conflito.
“O que [os apoiantes de Trump] querem fazer é reduzir a ajuda, se não mesmo fechar a torneira”, disse Charles Kupchan, membro do Conselho de Relações Externas.
Na verdade, vários analistas mostraram-se preocupados com o facto de esta estratégia poder dar a Moscovo a vantagem nas conversações.
“O que Kellogg está a descrever é um processo inclinado para que a Ucrânia entregue todo o território que a Rússia ocupa atualmente”, disse Daniel Fried, um antigo secretário de Estado adjunto que trabalhou na política russa.
A Reuters refere que o plano proposto por Kellogg e Fleitz “marcaria uma grande mudança na posição dos EUA relativamente à guerra e enfrentaria a oposição dos aliados europeus” — e até do próprio Partido Republicano.
Uma das prioridades de Trump
Por sua vez, o porta-voz de Trump, Steven Cheung, advertiu, em referência ao relatório, que apenas as declarações feitas pelo próprio político ou por membros autorizados da sua campanha devem ser consideradas oficiais.
“O presidente Trump declarou repetidamente que uma das suas principais prioridades no seu segundo mandato será negociar rapidamente o fim da guerra entre a Rússia e a Ucrânia”, admitiu Cheung, acrescentando que este conflito “nunca teria acontecido se Trump fosse presidente”.
Anteriormente, o político prometeu em várias ocasiões que, caso ganhasse as eleições presidenciais de 2024, seria alcançado um acordo de paz na Ucrânia no prazo de 24 horas, sem especificar como o faria.
Entretanto, o Presidente russo, Vladimir Putin, tem afirmado repetidamente que a Rússia “nunca recusou” negociações de paz para pôr fim ao conflito armado na Ucrânia. Em meados de junho, Putin enumerou as condições para a abertura de negociações de paz com a Ucrânia.
ZAP // RT
Grande plano! A Ucrânia desiste dos seus territórios já ocupados pelo invasor e assinam a paz. Quer dizer, a Ucrânia rende-se, logo, a guerra acaba. Está certo…
Se em 2014 os EUA não tivessem feito um golpe de estado, de modo a instalar um governo pro-oeste na Ucrânia, esta guerra não teria acontecido. A invasão da Rússia é a resposta a uma série de provocações feitas pelos EUA ao longo dos últimos 25 anos. Os EUA estão envolvidos em vários golpes de estado. O mais recente foi ontem, na Bolívia. Mas disso ninguém fala. Obviamente que a comunicação social Europeia/Americana vai dizer que o vilão é a Rússia, e que qualquer informação contraditória, ou é propaganda ou teoria da conspiração. As ovelhas vão comer o que lhes dão. É mais fácil enganar uma pessoa do que convencê-la que foi enganada.
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Apenas vai dar tempo pra Rússia se organizar e retomar os objetivos daqui a poucos anos
Trump está pronto a deixar a Ucrânia cair para o seu amigo Putin. Resta saber o que vai fazer se e quando os outros amigos de Putin, Xi e Kim, invadirem Taiwan e a Coreia do Sul. Será que também vai cruzar os braços, baseado nos mesmos princípios? parece-me que não terá autoridade moral para agir de forma diferente.