O número de utentes com médico de família aumentou… mas cuidado com os números

Cortesia / IVI

Em 2024, o número de utentes com médico de família aumentou, chegando aos 85,4%. Em 2023, este número tinha diminuído. Mas o que é que estes números querem, realmente, dizer?

De acordo com a Entidade Reguladora da Saúde (ERS), no ano passado, 85,4% dos utentes inscritos em Portugal continental tinham médico de família atribuído.

O número aumentou, em relação ao ano anterior. Em 2023, esta percentagem fixava-se nos 83,5%.

Ainda assim, ficou abaixo dos 85,6% registados em 2022 e dos 88,8% de 2021.

Mas cuidado com os números

Apesar de ser factual que o número de utentes com médico de família aumentou, isto não quer dizer que há menos pessoas sem médico de família.

Há cerca de duas semanas, os número do Portal do SNS mostrava que, em fevereiro, havia mais 36 mil pessoas sem médico de família do que no mesmo período do ano passado.

O que aconteceu foi que, nesse espaço temporal, o número de utentes inscritos nos centros de saúde aumentou.

Os números mostravam que entre fevereiro de 2024 e o mesmo mês de 2025, entraram mais 121 mil utentes no Sistema.

Tal cenário, juntamente com aposentações (e outras saídas de médicos do SNS) e as falhas nos concursos, faz como que haja 1.565.255 pessoas sem médico de família.

Situação é mais grave no Sul

A região de Lisboa e Vale do Tejo é onde menos utentes têm médico de família (72,1%), sendo a única região abaixo dos 80%.

Pelo contrário, a maior taxa de cobertura é na região Norte, onde 97,3% dos utentes têm médico de família atribuído.

Miguel Esteves, ZAP //

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