O continente africano tem potencial para alimentar todo o mundo, defenderam hoje na 4.ª edição da conferência Diálogos Atlânticos, em Marraquexe, quatro analistas internacionais, num debate subordinado ao tema “Realizar uma revolução verde em África”.
“África utiliza apenas 20% da sua terra arável, portanto, há 80% de terra arável por utilizar, e isso significa que podemos dizer que África tem potencial para se alimentar não só a si mesma, mas também para alimentar todo o mundo”, sustentou Mostafa Terrab, um dos anfitriões dos Diálogos Atlânticos.
Para o administrador marroquino, “a revolução verde em África deve ser diferente da de outros países: o pequeno agricultor tem de estar no centro dela”.
O ministro das Finanças do Brasil, Joaquim Levy, secundou esta ideia, defendendo que “o Brasil efetuou uma revolução verde que envolveu grandes e pequenos produtores agrícolas”.
“Por exemplo, grande parte do feijão preto, muito popular no país, é produzida por pequenos agricultores”, indicou, observando que no processo se “criou também uma elevada consciência ambiental, uma preocupação ecológica”.
“O passo seguinte será uma agricultura com emissões de dióxido de carbono reduzidas”, acrescentou.
Levy explicou que “há uns anos se dizia que a maior parte da terra do Brasil não era adequada para cultivo, por ser demasiado ácida”, mas que isso não deteve o investimento na agricultura.
“Depois de se fazer investigação, o solo foi tratado para ser cultivado, e isso criou riqueza e oportunidade”, disse Levy.
“Pela nossa experiência, a agricultura é uma coisa que transforma a qualidade de vida das pessoas”, referiu, apontando como exemplo que “a qualidade do feijão preto para a classe média era mais baixa há alguns anos e agora aumentou” e que “agora, já não há fome no Brasil”.
Na opinião do governante brasileiro, “as perspetivas de êxito de uma revolução verde em África são enormes” e o Brasil “está não a ajudar, mas a participar”.
Salientando que “África é o único sítio no mundo que tem de alimentar um bilião de seres humanos por dia”, Cheikh Tidiane Gadio, fundador e presidente do Instituto de Estratégias Pan-Africanas, reiterou a ideia de que o continente africano tem um grande potencial agrícola.
“Temos o melhor potencial do mundo, em termos de água, da qualidade da terra, do clima. O maior problema é a liderança política”, sublinhou, insistindo em que o debate do desenvolvimento agrícola do continente “é, portanto, um debate político”.
Olusegun Obasanjo, presidente da Fundação OCP, do grupo mineiro marroquino OCP, vincou que “em 2050, o mundo vai precisar de África para se alimentar“.
Para responder a essa necessidade, “tem de se usar o tipo certo de tecnologia para o tipo certo de solo”, defende.
“Na OCP, não vendemos fertilizantes em África como vendemos no resto do mundo: temos de fazer testes no local, com os agricultores, para lhes vender o fertilizante adequado, na altura adequada, para determinado tipo de terra”, explicou.
/Lusa
Estes anfitriões com afirmações tedenciosas
Por quem andou por Africa sabe perfeitamente que a terra e fertil e aravel …
agora afirmarem que a revolução verde no Brasil e modelo agrícola a seguir está fora de rota ou conveniente para as grandes ogm da soja, milho etc.
o Brasil foi referencia com grande potencial de implantação de AGRICULTURA SUSTENTAVEL ( pequenas colonias e agricultores locais) ate a implementação de monoculturas de cana de açucar
com tantavterra desaproveitada no cultivo…. façam como os israelitas !!!!
África alimentar o mundo?
Primeiro África tem que alimentar os africanos!!!