O milho português tem um grande inimigo

Os javalis provocaram cerca de oito milhões de euros de prejuízo nas searas de milho em 2023, indicou a associação dos produtores do setor este sábado, exigindo a implementação de um plano de ação.

“De acordo com um levantamento promovido pela Anpromis [Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo], os prejuízos provocados pelos javalis nas searas de milho dos seus associados representaram, em 2023, um valor extremamente elevado, a rondar os oito milhões de euros“, indicou, em comunicado.

Perante o que diz ser o “aumento descontrolado” da população de javalis nos últimos anos, a associação exige a “implementação imediata” do Plano Estratégico e de Ação do Javali em Portugal, apresentado em 2023.

A Anpromis esteve reunida, esta quinta-feira, com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

“Os produtores nacionais de milho não podem continuar a ser penalizados pela falta de implementação de um plano que foi apresentado no ano passado e que inexplicavelmente ainda não foi aplicado”, defendeu, citado na mesma nota, o presidente da Anpromis, Jorge Neves.

A cultura do milho ocupa, em Portugal, uma área de, aproximadamente, 110 mil hectares, com uma produção média anual estimada de 700 mil toneladas de milho para grão, segundo dados da Anpromis. Portugal tem uma capacidade de auto-aprovisionamento de milho de cerca de 30%.

Portugal tem uma sobrepopulação de javalis, que se estima perto dos 300 mil exemplares, e é preciso reduzir o número de animais para mitigar prejuízos na agricultura e a ocorrência de acidentes rodoviários, de acordo com o Plano Estratégico e de Ação do Javali.

Com o novo plano, deixam de ser apenas permitidas as esperas ao javali no período de lua cheia e passa a ser possível durante outras alturas e também são autorizadas caçadas em milharais.

ZAP // Lusa

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