Paratethys tinha uma superfície de cerca de 2,8 milhões de quilómetros quadrados e continha 1,77 milhões de km cúbicos de água.
Os antigos mapas da Terra causam frequentemente estranheza na população atual, já que retratam uma realidade distinta da que é habitual.
Por exemplo, o que anteriormente era o lago de Paratethys, o maior que o mundo alguma vez viu, corresponde ao território que atualmente vai desde a Áustria ao Turquemenistão.
Este é apenas um caso, mas bem representativo de como os parâmetros físicos ou o mundo — continentes e oceanos, montanhas e lagos — podem parecer imóveis, mas tal sensação deriva do facto de as vidas humanas serem consideravelmente mais curtas face às eras geológicas.
Paratethys formou-se há cerca de 34 milhões de anos, perto do fim da época eocena, tendo estado ligada ao alto mar até há cerca de 12 milhões de anos.
A separação ocorreu aquando da colisão das placas tectónicas africanas e europeias, num movimento fechou o Mediterrâneo e transformou Paratethys num lago autónomo.
Na sua zona mais vasta, Paratethys tinha uma superfície de cerca de 2,8 milhões de quilómetros quadrados e continha 1,77 milhões de quilómetros cúbicos de água. Em comparação com o mar mediterrâneo, este era ligeiramente maior em termos de área, mas em volume apenas cerca de um terço.
Como tal, Paratethys era um mar relativamente pouco profundo, apesar de conter dez vezes mais água do que o somatório de todos os lagos atuais.
Ainda assim, fruto da ação do tempo, a porção de água acabou por encolher. Grande parte do lago evaporou num período entre 9,8 e 7,7 milhões de anos atrás, com os níveis de água a descerem até 250 metros durante o período mais severo.
Perante a perda de 70% da superfície e 30% do volume, o Mar de Paratethys encolheu até ao que hoje é, aproximadamente, o Mar Negro.
Como seria de esperar, uma alteração com este tipo de magnitude teve consequências ao nível dos ecossistemas, outrora ricos e variados, mas também abençoados com um clima subtropical durante grande parte da sua existência.
Outra das suas características tinha que ver com a salinidade, assim se justificam as muitas minas de sal na Europa Oriental.
Estima-se que a grande seca tenha motivado o desaparecimento de animais tais como focas anãs, golfinhos e baleias.
No último grupo, destaca-se a Cetotherium riabinini que, com apenas 3 metros, era a espécie de baleia mais pequena de sempre. Ainda assim, e realça o Big Think, a perda de um ecossistema representa o aparecimento de outro.
Por exemplo, uma série de outras espécies migraram para África, com planícies mais acolhedoras – tornando-se antepassados das girafas e dos elefantes que hoje conhecemos.