O interior é o novo ex-líbris dos hospitais privados

Manuel de Almeida / Lusa

Os hospitais privados estão em grande crescimento no interior do país, após faturação recorde de 2,5 mil milhões de euros, em 2022. Falta de resposta no SNS impulsiona a procura de soluções nos privados.

Entre 2011 e 2022, ergueram-se, em Portugal, 28 novos hospitais privados, refletindo um aumento de 27% destes serviços.

Além disso, nos próximos três anos, vão ser ainda construídos mais 12. Ou seja, 40 novos hospitais privados em 16 anos.

Os número são detalhados este domingo pelo Jornal de Notícias, que refere que os grandes grupos se são a virar para o interior.

O grande responsável por este cenário é o próprio Serviço Nacional de Saúde (SNS) que está sem capacidade de responder às necessidades de todos os doentes.

“O aumento da procura devido à falta de resposta do SNS, apesar do investimento que tem sido feito (…) e da capacidade dos privados de ampliarem e construírem novos hospitais, seja por parte dos grupos já instalados, seja por investidores locais”, refere, ao JN, o presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) Óscar Gaspar.

Se antes, os utentes de regiões mais isoladas tinham de se deslocar aos grandes centros urbanos para serem consultados nos privados; Agora, o jogo virou e, em vez de ir “Maomé à Montanha”, já são os hospitais privados que se começam a descentralizar.

E está a resultar

“Nunca a hospitalização privada teve tanta atividade e serviu tantos cidadãos como em 2023, ano em que registou um aumento de 7,5% face ao ano anterior”, confessa Óscar Gaspar.

Apesar de ainda não haver números oficiais de 2023, sabe-se que em 2022, os hospitais privados faturaram 2,5 mil milhões de euros.

Foi um recorde, e muito por culpa da aposta dessas regiões “descentralizadas”.

O dirigente explica também que este aumento se deve, em grande parte, à ao crescimento dos seguros de saúde, “que permitem preços comparticipados na sequência de acordos entre seguradoras e hospitais”

Por fim, Óscar Gapar adverte que continua a haver “zonas a descoberto”, sem hospitais, “especialmente no Alentejo” – uma dica para os privados?

ZAP //

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