A 6 de maio de 1937, um desastre com a maior aeronave de sempre mudou a história da aviação.
Hindenburg é o nome do maior dirigível alguma vez fabricado.
Era um ícone da indústria alemã, mas também um objeto de propaganda nazi – tendo voado na cerimónia inaugural dos Jogos Olímpicos de 1936, em Berlim.
O Hindenburg – cujo nome técnico é LZ 129 Hindenburg – foi construído pela empresa germânica Luftschiffbau-Zeppelin GmbH.
O dirigível alemão voou pela primeira vez a 4 de março de 1936, num voo teste em Friedrichshafen, com 87 pessoas a bordo.
Já primeiro voo comercial ocorreu a 31 de março desse ano, de Friedrichshafen até ao Rio de Janeiro, numa viagem que durou quatro dias.
O Hindenburg revelou algumas fragilidades logo nesse voo, com a quebra de dois motores: um na ida e outro na volta.
O dirigível voltou às ‘américas’ mais 16 vezes, em sete viagens para o Brasil e nove viagens para os Estados Unidos – onde numa delas acabou por não voltar…
Ao todo, durante 14 meses, o Hindenburg voou 63 vezes, até à tragédia acontecer. Já lá vamos.
Como era o Hindenburg?
O Hindenburg, como todos os dirigíveis, era uma aeronave mais leve do que o ar. Era viável graças a uma grande cavidade, preenchida por hélio ou hidrogénio.
Esses gases – que são menos densos do que a atmosfera – faziam o veículo subir lentamente e permitiam que se mantivesse no ar, com a ajuda de propulsão elétrica.
O Hindenburg tinha 245 metros de comprimento e era abastecido por hidrogénio – através de um depósito de 200 mil metros cúbicos.
O gás utilizado era o hidrogénio, em vez do hélio, por ser um gás mais barato e porque a Alemanha não queria estar dependente dos EUA, de onde o hélio era maioritariamente importado.
Impulsionado por quatro motores da Mercedes, que moviam hélices de mais de seis metros de altura, o dirigível tinha autonomia de voo de 16 mil quilómetros.
Sob um ponto de vista dimensional, o Hindenburg é a maior nave que alguma vez voou, até aos dias de hoje.
A tragédia que mudou tudo
A última viagem do Hindenburg foi a 6 de maio de 1937. O dirigível tinha saído de Hamburgo em direção a Nova Jersey, com 97 pessoas a bordo.
Ao preparar-se para aterrar na base naval de Lakehurst, um incêndio deflagrou no Hindenburg. Do acidente resultaram 36 mortos.
Numa primeira instância, pensou-se que o hidrogénio – altamente inflamável – tivesse sido o principal responsável pelo incêndio; já o governo alemão alegou que o dirigível foi sabotado, numa tentativa de “derrubar a superioridade tecnológica da Alemanha”.
Conclusão: ambas as teorias estavam incorretas.
A investigação levada a cabo pelos americanos responsabilizou o piloto, pelo acidente.
Uma brusca manobra antes da aterragem terá causado o rompimento de um dos tanques de hidrogénio, causando faíscas elétricas – geradas pela descarga de energia eletrostática acumulada no dirigível – que, na aterragem, desencadearam o incêndio.
A tragédia pôs em causa a fiabilidade dos dirigíveis para sempre – num episódio que marcou o fim da aposta nos dirigíveis, e mudou toda a história da aviação.
No entanto, o regresso dos dirigíveis pode estar prestes a cair do céu. O fundador da Google está empenhado em reerguer este meio de transporte, inerte há quase 100 anos.
Sergey Brin já terá investido mais de 230 milhões de euros, para trazer de volta a confiança aos dirigíveis.