O líder morreu, mas deixou tudo preparado. “Tiny Teflon” seguiu os passos da mãe e quer aliciar mais crianças para o movimento de conspiração QAnon. O objetivo? Ensiná-las a descodificar o mundo real através da gematria.
Depois da morte, em junho, de Michael Protzman, líder da teoria da conspiração QAnon — que se tornou popular em 2017 num fórum da Internet graças a um utilizador anónimo chamado “Q”, que alegava ter acesso a informações secretas do governo norte-americano —, muitos achavam que a loucura tinha chegado ao fim, mas esta apenas se transformava.
Para os que não estão a par, a teoria central do QAnon prende-se à existência de uma cabala secreta global de elites pedófilas e satanistas que controlam o mundo, que envolve crimes, desde o tráfico de crianças a rituais satânicos.
A combater tais forças obscuras? Nada mais nada menos que Donald Trump.
Ao longo dos anos, o movimento expandiu-se, enquanto incorporava outros mitos e via a sua base de seguidores crescer.
Em outubro de 2020, conspiradores portugueses inspirados nas teorias QAnon apresentaram uma denúncia à Procuradoria-Geral da República, na qual sugerem que Portugal e Espanha são governados por uma elite pedófila que se dedica ao tráfico sexual de menores. Um ano mais tarde, o grupo acusou o primeiro-ministro António Costa de “instaurar uma ditadura de extrema-esquerda” em Portugal.
O grupo já enfrentou proibições em grandes plataformas de comunicação social, tais como Facebook, Twitter ou Youtube devido a preocupações com a promoção de teorias da conspiração infundadas e potencialmente perigosas.
“O QAnon vai alimentar os estudos sociais durante muito tempo, e talvez mesmo a história, como um dos movimentos mais singulares e preocupantes do nosso tempo. A identificação dos seus autores e das suas motivações é de grande importância para orientar futuros debates”, afirmou Lionel Pousaz, co-fundador da OrphAnalytics.
QAnon já teve mão em eventos históricos e inéditos nos EUA — o ataque ao Capitólio, em janeiro de 2021, é o maior exemplo da sua influência.
A “pequena Teflon” emerge como líder
Alegadamente uma protegida de Protzman, uma jovem de 13 anos aparenta ser a nova líder do culto. Da sua identidade pouco se sabe, apenas que é conhecida pelo seu nome de utilizador — “Tiny Teflon” (“pequena Teflon”) — na rede social Telegram, onde se passa grande parte da atividade do movimento.
Com a sua própria rede de seguidores, a jovem tem anunciado um plano de recrutamento de mais crianças, através de “aulas” para ensinar a descodificar o mundo real usando a gematria, método de análise das palavras bíblicas em hebraico, também conhecido como “numerologia judaica”.
A jovem “Teflon” foi recrutada em março de 2022 e tornou-se uma das milhares de iludidas, empurrada pela mãe, “Teflon Don”, que também faz parte do movimento. Em pouco tempo tornou-se administradora do grupo e será hoje a voz principal da conspiração.
“Acredito piamente que vou envolver mais miúdos nisto”, disse, segundo a VICE, a nova líder durante um live chat de agosto.
Trump + Smurfs = cabala de tráfico de crianças
A gematria seria uma das principais ferramentas do falecido líder para convencer os seus seguidores de que era capaz de prever o futuro e comunicar com toda a gente — até com o falecido ex-presidente dos EUA, John F. Kennedy (que está vivo, segundo o culto).
Com origem nas tradições místicas judaicas, a base da gematria é a ideia de que as letras do alfabeto hebraico possuem valores numéricos correspondentes. Por exemplo, a primeira letra, Aleph, tem o valor 1, enquanto a segunda, Bet, tem o valor 2, e assim por diante.
Através da gematria, alguns “estudiosos” procuram encontrar conexões mais profundas entre diferentes palavras ou frases, acreditando que elas podem revelar insights espirituais ou teológicas.
No caso do QAnon, os conspiradores têm tentado ligar o aparecimento de Donald Trump no Sozinho em Casa 2: Perdido em Nova Iorque com… tudo sobre o filme d’Os Smurfs, por pensarem que assim podem descobrir os segredos do tráfico de crianças.
“Quero ajudar outros miúdos e ensinar gematria, seria muito divertido”, disse a criança, colocada num pedestal pelos seus fiéis seguidores. Um guia de iniciante para crianças está nos planos da nova líder.
Um bando perigoso de lunáticos, psicopatas e idiotas ignorantes, que sonha tomar o poder nos EUA – e pode vir a consegui-lo, infelizmente. Só os radicais islâmicos estão ao mesmo nível de estupidez e barbárie.
O melhor lugar para esse culto de “loucos” é no Hospital psiquiátrico, e deixar fora ás chaves, a vida segue em frente, com menos um perigo para ás pessoas.
É assustador ver crescer num país que já foi símbolo de democracia, um movimento anti-realidade que promove a lavagem cerebral de crianças. E mais preocupante é quando sabemos que é o país que detém o maior poderio militar do mundo e que tem líderes poderosos a apoiar estes movimentos!