Um grupo de arqueólogos descobriram que somos amigos dos cães antes mesmo de estes existirem. O Homem já era amigo dos seus antepassados: lobos que eram domesticados.
“Temos agora provas de que os canídeos e as pessoas tinham relações estreitas mais cedo do que sabíamos nas Américas”, disse François Lanoë, professor assistente de investigação na Escola de Antropologia da Universidade do Arizona.
O investigador e os colegas, ao analisar vestígios arqueológicos no Alasca, descobriram que as pessoas e os antepassados dos cães atuais começaram a sua relação de amizade há cerca de 12 mil anos, conta a Science Focus.
“As pessoas que se interessam pelas origens das Américas querem saber se os primeiros americanos vieram com cães. Até encontrarmos esses animais em sítios arqueológicos, podemos especular sobre isso, mas é difícil provar de uma forma ou de outra. Por isso, esta é uma contribuição significativa”.
A descoberta de um osso da perna de um canino foi o ponto de partida para a descoberta. A datação por radiocarbono permitiu perceber o quão antigo era o animal, e através da análise química dos ossos, foi a alimentação dos animais que permitiu perceber que eram domesticados.
A análise identificou proteínas de salmão, sugerindo que o canino comia peixe regularmente. Este facto não era típico dos canídeos da época, que caçavam exclusivamente animais terrestres, o que sugere uma interferência humana.
Ainda assim, o co-autor do estudo, publicado na Science Advances esta semana, Ben Potter alerta para um problema nesta datação da amizade entre humanos e cães: estes animais não eram bem cães.
Agiam e pareciam cães, mas geneticamente são diferentes, e os que conhecemos agora surgiram só mais tarde. Os investigadores referem que os restos ósseos encontrados poderão pertencer a lobos domesticados, mais do que a cães propriamente ditos.
Ainda assim, estas são as primeiras provas alguma vez encontradas de que os antepassados dos cães atuais mantinham relações estreitas com as pessoas nas Américas.