Eurodeputado voltou a falar em “golpe institucional” para descrever o momento atual do partido e acusou Francisco Rodrigues dos Santos de motivar o adiamento do congresso por ter medo de perder a disputa interna.
Se a realização do Conselho Nacional do CDS já foi considerada, por muitos militantes do partido, como questionável — por entenderem que a sua convocação não seguiu as linhas estabelecidas pelos próprios estatutos, a principal decisão que dela resultou está a fazer escorrer muita tinta, e assim promete continuar. A 10 de outubro, o partido tinha agendado a realização do seu congresso para 27 e 28 de novembro. A reunião ficaria marcada pela disputa entre Francisco Rodrigues dos Santos e Nuno Melo pela liderança do partido, depois de o eurodeputado ter decidido avançar no rescaldo das eleições autárquicas de 26 de setembro.
No entanto, o cenário de crise política adensado pelo chumbo do Orçamento do Estado para 2022 e a perspetiva de eleições legislativas antecipadas nos primeiros meses do próximo ano levaram a direção de Francisco Rodrigues dos Santos — devido a apelos endereçados pelos líderes das comissões políticas distritais de Aveiro, Coimbra, Leiria, Porto, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu — a convocar um Conselho Nacional extraordinário para a noite de ontem, com o objetivo de adiar o congresso dos centristas, de forma a não fazer coincidir a disputa interna com o ambiente de pré-campanha eleitoral que já se deverá viver no país no final de novembro.
Acontece que Nuno Melo, e muitos dos seus apoiantes, consideraram a convocatória ilegítima e acusaram de imediato Francisco Rodrigues dos Santos de estar “com medo” de se submeter ao escrutínio dos militantes. “Quem queira evitar o voto dos militantes, num congresso que por vontade própria pediu, com medo afinal de o perder, depois da soberba de quem esmagaria outras alternativas, não terá qualquer legitimidade, nem respeito por si próprio, representando CDS em legislativas perante o país”, escreveu o eurodeputado na sua página de Facebook.
O Conselho de Jurisdição do partido deu-lhe razão, ao considerar “nula e sem qualquer efeito a convocatória do Conselho Nacional”.
Já madrugada dentro, foi a vez de Rodrigues dos Santos receber uma vitória: com 144 votos a favor e 101 contra (quatro abstenções), os conselheiros confirmaram que o CDS vai mesmo a legislativas sem antes ver a sua liderança interna clarificada. As ondas de choque não demoraram a fazer-se sentir. A meio desta manhã de sábado, Adolfo Mesquita Nunes, antigo secretário de Estado do Turismo e antigo dirigente do partido, anunciou que se desvinculava do CDS, justificando a decisão com um longo leque de críticas à atual direção.
Poucas horas depois, foi a vez de Nuno Melo, principal prejudicado pela decisão do Conselho Nacional também se manifestar. Recorrendo novamente à sua página de Facebook, usou palavras fortes como “legalidade” e decência” — sobretudo a falta destas — para descrever o atual momento do partido.
O problema dos tachos !!!!
A convocatória foi ilegal pois ao que parece não cumpriu os prazos. OK
Faz-se uma nova cumprindo os prazos, com os mesmos resultados.
Problema : o lugar de deputado fica em causa, o que é uma chatice.
Acho que o actual líder é muito novo, nada fez de útil na vida em prol dele próprio e da sociedade, mas é tempo de acabar com estes artolas que só aparecem quando lhes dá jeito; o puto pelo menos teve a coragem de agarrar no barco no meio da tormenta
Tanta sede de poder e inveja que vos possui!
Dignidade e decência, desculpe a franqueza, são atributos que os políticos não têm, ou não são políticos.
TANTA GUERRA! DESTROEM UM PARTIDO DECENTE, para salvaguardar os vossos interesses mesquinhos, diria até, tenebrosos.Vocês metem medo!!!