Número de armas de fogo particulares cresce 241% com Bolsonaro

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jeso.carneiro / Flickr

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro

O número de armas de fogo nas mãos de particulares cresceu 241% no Brasil durante o Governo do Presidente Jair Bolsonaro, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

Em 2019, ano em que o líder brasileiro chegou ao poder, havia 197.390 armas de fogo registadas em mãos de pessoas com autorização de porte de armas, número que em 30 de junho deste ano havia disparado para 673.818, noticiou esta quarta-feira a agência Lusa.

Os números correspondem aos bancos de dados do Exército que incluem registos de armas de fogo para caça, tiro e atividade desportiva. De acordo com o relatório, o número de armas de fogo em mãos de particulares superou as existentes em órgãos públicos e quase um terço delas estão com registos vencidos.

Dos 4,4 milhões de armas de fogo nas mãos de indivíduos no país, quase 2,9 milhões têm registos ativos, mas 1.542.168 objetos deste tipo estão irregulares.

“No Sistema Nacional de Armas, por exemplo, em 2021, das 1.490.323 armas de fogo com registo ativo, apenas 384.685 estão vinculadas a órgãos públicos como a Polícia Civil, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária e as guardas municipais, além de instituições como os Tribunais de Justiça e o Ministério Público”, revelou o relatório.

O anuário mostrou ainda que o Brasil registou um total de 47 503 homicídios em 2021, uma redução de 6,5% em relação a 2020. “Mas essa boa notícia esconde uma realidade extremamente perversa: o Brasil respondeu por uma de cada cinco mortes violentas intencionais no planeta em 2020, segundo dados da ONU”, apesar de ter apenas 2,7% da população mundial, com 213 milhões de habitantes.

Enquanto os homicídios caíram em todas as outras regiões do país, na região Norte aumentaram em 7,9% e a Amazónia Legal concentra 13 das 30 cidades com maiores índices de assassinatos do país.

Desde que assumiu o poder em 01 de janeiro de 2019, Bolsonaro defende o direito dos cidadãos de possuírem armas de fogo para se defender, usando como argumento os altos índices de criminalidade urbana e rural.

Flexibilizar o porte e a posse de armas é uma das promessas de campanha do Presidente brasileiro, que tem os Estados Unidos como modelo de armas e busca ser reeleito nas eleições presidenciais de outubro.

ZAP , Lusa //

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