Agora os burlões enganam os utilizadores com anúncios interativos. Mais de metade das compras online são feitas por impulso.
O mundo online está cheio de conhecimento e de… perigos. De crimes, mesmo.
Há novos golpes online à espreita: os burlões estão a preparar novos métodos para transformar os cliques dos compradores em lucro financeiro.
Em 2023, a Google bloqueou mais de 1,2 mil milhões de anúncios no ano passado, devido a falsificações, fraudes e malware. Os dados surgem no Relatório de Segurança de Anúncios da Google, que também revela que foram bloqueados ou removidos 206,5 milhões de anúncios devido a falsificações.
Quase metade das burlas verifica-se nas redes sociais, em fraudes em compras online. Não é só nos motores de busca.
“Os burlões têm facilidade em criar anúncios falsos que imitam marcas conhecidas para parecerem convincentes. Atraem as vítimas com descontos irrealistas e artigos requisitados, pedindo pagamentos adiantados”, começa por explicar Adrianus Warmenhoven, especialista de cibersegurança da NordVPN.
“Dado o clique, os utilizadores são redirecionados para sites maliciosos, em que os burlões podem lançar ataques. Para lhes dar um ar de legitimidade, os burlões enviam informações de rastreamento falsas, mas cortam toda a comunicação depois de receberem os pagamentos. Além disso, o método mais recente de burlas em anúncios interativos aplica conteúdo dinâmico para captar a atenção dos compradores”, continua Adrianus, em comunicado enviado ao ZAP.
Novo golpe
A NordVPN avisa que está a espalhar-se um novo golpe online: agora os burlões enganam os utilizadores com anúncios interativos. Têm jogos, questionários ou aplicações de aspeto inocente.
Estes golpes funcionam muito bem para os criminosos, porque aproveitam os elementos interativos para surpreender as pessoas, atraindo-as para atividades que parecem divertidas e seguras.
“As fraudes com anúncios interativos estão a tornar-se cada vez mais sofisticadas, graças às características atrativas dos anúncios digitais e do interesse geral das pessoas em interagir com os conteúdos. Estes golpes podem levar os utilizadores a facultar informações pessoais, descarregar malware ou subscrever serviços que não querem. Apesar do seu ar lúdico, os anúncios interativos são o isco perfeito para os vigaristas, sobretudo nas plataformas de redes sociais, onde os utilizadores tendem a ser menos cautelosos”, explica o especialista.
Este problema acentua-se em compradores compulsivos. E estima-se que 4,9% da população adulta global seja viciada em compras. Mais de metade das compras online são feitas por impulso. É a “emoção da caça”, à procura de um grande negócio, mas que pode acabar mal.
“O fenómeno da oniomania — as compras compulsivas — reflete o modo como a cultura de consumo se entranhou nas nossas vidas, especialmente agora, que a maioria das pessoas tem acesso fácil à internet e a inúmeras aplicações de compras que são fáceis de usar. Esta obsessão não só pode dar azo a problemas financeiros graves, como também aumenta a vulnerabilidade às ciberameaças, uma vez que os compradores compulsivos expõem muitas vezes as suas informações pessoais online, arriscando-se a ser alvo de violações de dados, phishing e outras fraudes cibernéticas”, continua Warmenhoven.
A NordVPN deixa várias dicas para escapar a estes crimes: usar uma VPN, proteger os seus dispositivos, procurar avaliações, desconfiar de pedidos de informações, e verificar se o link está correto.