Em janeiro, quatro novos elementos ganharam um lugar permanente na sétima linha da tabela periódica.
Os números atómicos são 113, 115, 117 e 118, e os seus nomes e símbolos temporários foram ununtrium (Uut), ununpentium (Uup), ununseptium (Uus) e ununoctium (Uuo).
Agora, os novos elementos acabam de ser batizados com os seus nomes permanentes.
São eles: nihonium (Nh), moscovium (Mc), tennessine (Ts) e oganesson (Og).
Os nomes ainda não são definitivos, dependendo de um período de experiência de cinco meses até que sejam confirmados – o que deve acontecer a 8 de novembro de 2016.
Os nomes das coisas
Criar o nome de um elemento não é tão simples como possa parecer, e existem regras a seguir.
Antes de mais, a parte final do nome – “ium”, “ine” ou “on”, por exemplo – é definida com base no grupo a que o elemento pertence. Também há preferência por nomes que possam ser usados na maioria das línguas.
Além disso, os nomes devem ser inspirados em:
- um personagem ou conceito mitológico (incluindo um objeto astronómico);
- um mineral ou substância similar;
- um local ou região geográfica;
- uma propriedade do elemento;
- um cientista.
Como os elementos foram descobertos por investigadores dos Estados Unidos, Rússia e Japão, os nomes homenagearam estes locais ou culturas.
Nihonium é uma derivação da palavra “Nippon”, que significa “Japão” em japonês.
O moscovium tem a sua origem mais evidente: uma homenagem à capital russa, Moscovo, “em homenagem à região de Moscovo e à terra antiga russa na qual está localizado o Instituto Central de Investigações Nucleares”, de acordo com a União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC).
Tennessine vem do estado americano de Tennessee, famoso por pesquisas pioneiras na química, onde ficam as universidades de Vanderbilt e Tennessee e o laboratório nacional Oak Ridge. Trata-se do segundo elemento que teve o seu nome inspirado num estado norte-americano – o primeiro é o californium, de número atómico 98.
O último elemento batizado é o oganesson, que homenageia o físico russo Yuri Oganessian. O que torna este nome especial é que normalmente a homenagem é feita a pessoas que já morreram, mas Oganessian, um dos pioneiros na descoberta de elementos superpesados, ainda está vivo, com 83 anos.
Por que a demora?
Porque é que estes novos elementos só foram adicionados à tabela periódica em 2016?
Ao contrário dos elementos clássicos, como ouro, ferro e alumínio, estes novos elementos não são encontrados na natureza. Trata-se de elementos sintéticos que só podem ser criados em laboratório, e têm uma vida extremamente curta.
Por isso, os investigadores não conseguiam estudá-los por tempo suficiente antes que se alterassem para outros elementos. “Durante sete anos, estudamos dados que identificavam o elemento 113, mas nunca observávamos o evento outra vez”, relatou Kosuke Morita, envolvido na descoberta do nihonium.
O trabalho com o nihonium foi feito bombardeando uma fina camada de bismuto com iões de zinco viajando a 10% da velocidade da luz. Ao fazer isso, eles se fundem, formando um átomo do elemento 113.
O presidente da União Internacional de Química Pura e Aplicada, Jan Reedijk, acredita que não haverá nenhum problema com os nomes escolhidos, e que eles acabarão por ser permanentes – e, aí sim, vão obrigar a mudar os manuais escolares.
ZAP / HypeScience / SN