Novo máximo de pedidos de bolsa de estudo nesta fase do ano letivo

José Sena Goulão / Lusa

Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

Os resultados dos processos de candidaturas ainda não foram divulgados — são esperados só a partir de outubro.

O fim da primeira fase de inscrições no ensino superior deixou a nu um dado revelador da situação socio-económica das famílias portuguesas: o número de estudantes a solicitar bolsa de estudo é o mais elevado desde que há registo. Segundo a Direção-Geral do Ensino Superior (DGES), quase 76 mil alunos já submeteram a sua candidatura. Este aumento segue-se a uma alteração das regras que passam a permitir apoiar mais pessoas e facilitam o acesso a quem, no ensino secundário, já estava abrangido pelos apoios da ação social.

De acordo com os dados que constavam no site da DGES a 22 de setembro, 75.994 estudantes já se tinham candidatado a uma bolsa de estudo, o que representa um aumento de 10.650 alunos (16%) face à mesma altura do ano passado. De acordo com o Público, nos anos anteriores, o número de candidatos nunca tinha sequer atingido os 70 mil tão cedo.

Os resultados dos processos de candidaturas ainda não foram divulgados — são esperados só a partir de outubro —, por isso não é possível avançar números concretos sobre o número de estudantes que irão receber bolsa. É ainda expectável que o número aumente ao longo do ano, uma vez que os pedidos podem ser feitos em qualquer momento do ano letivo.

O ano letivo anterior também ficou marcado por um número recorde, 103.371 candidatos, sendo que destes, cerca de 80 mil receberam apoios do Estado. No presente ano, este número pode aumentar entre 3000 a 4000 beneficiários, já que as as alterações permitiram que o limiar da elegibilidade subisse 19 vezes o Indexante dos Apoios Sociais, ou seja, os estudantes que pertençam a famílias com rendimentos per capita até 736 euros mensais (um aumento de 78 euros face às regras que vigoraram anteriormente).

As alterações implementadas também incluem igualmente um complemento para os estudantes deslocados, um alargamento dos apoios para quem vai estudar no interior, assim como a atribuição automático de bolsas de estudo a estudantes do ensino superior que recebessem abono de família até ao terceiro escalão.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.