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Descoberta nova espécie que come pedras e defeca areia

(dr) Reuben Shipway e Marvin Altamia

Lithoredo abatanica.

Uma nova espécie de um molusco foi descoberta esta semana nas Filipinas. O animal tem uma alimentação à base de calcário, que depois de digeridas, são expelidas na forma de areia.

A nova espécie, batizada Lithoredo abatanica, foi descoberta precisamente no rio Abatan, nas Filipinas. O molusco distingue-se pela sua bizarra alimentação à base de calcário. Os cientistas ainda estão a tentar perceber como funciona este processo de digestão e como é que o animal retira nutrientes.

“Queremos olhar para os simbionte, as bactérias que vivem dentro destes animais, para ver se eles estão a fornecer alguma nutrição, e esta é uma área de pesquisa que nos estamos a focar agora”, disse o investigador responsável pelo estudo, Reuben Shipway.

O animal pertence a um grupo de moluscos bivalves em forma de verme, que normalmente se alimentam à base de madeira. De acordo com o Live Science, a equipa de cientistas ficou surpreendida após terem observado que a nova espécie,  Lithoredo abatanica, comia “pedra” e não madeira.

(dr) Reuben Shipway e Marvin Altamia

Calcário penetrado pela nova espécie de molusco.

Ao contrário da espécie que come madeira, a Lithoredo abatanica “tem protuberâncias muito grandes, parecidas quase com pás, que lhe permitem escavar na rocha”, explicou Shipway. A rocha, depois de digerida, é expelida sob a forma de areia fina. O estudo foi publicado esta quarta-feira na revista Proceedings of the Royal Society B.

Moradores da província de Bohol, onde se situa o rio Abatan, alegam que jovens mães comem estes moluscos porque acreditam que as vai ajudar a produzir leite para amamentar os filhos.

Os espécimes encontrados tinham cerca de dez centímetros cada, mas Shipway acredita que possam haver alguns maiores, uma vez que encontrou perfurações de mais de 60 centímetros em algumas rochas do rio. Essas mesmas perfurações são a casa para outras espécies, como por exemplo caranguejos e peixes. “Este é um processo muito raro, mas muito importante em ambientes de água doce”, explicou o cientista.

ZAP //

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