Há uma nova distinção de Património da Humanidade em Portugal

António Amen / Wikimedia

Igreja e Torre dos Clérigos, no Porto

Depois de uma candidatura falhada há 10 anos, o granito utilizado em vários edifícios icónicos do Porto foi finalmente distinguido como Pedra Património da Humanidade pela UNESCO.

O granito do Porto, utilizado em edifícios históricos como a Torre dos Clérigos e a Câmara Municipal, foi recentemente reconhecido pela UNESCO como Pedra Património da Humanidade.

A distinção foi oficializada durante o Congresso Geológico Internacional na Coreia do Sul, organizado pela União Internacional das Ciências. Este reconhecimento é resultado de uma candidatura iniciada em 2013 por Maria Ângela Almeida, geóloga e professora da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

Maria Ângela revela ao Jornal de Notícias que nem estava a entender bem do que se tratava o email quando o recebeu. “Mas depois, fiquei naturalmente muito emocionada. Este foi um trabalho a que me dediquei realmente com muita paixão”, admite a professora universitária.

A ausência de pedreiras ativas na cidade foi um obstáculo numa primeira tentativa em 2015, quando a investigadora publicou um artigo sobre a importância histórica e cultural da pedra. No entanto, incentivada por Luís Lopes, presidente da Associação Portuguesa de Geólogos, Maria Ângela voltou a apresentar a candidatura no ano passado, desta vez com provas fotográficas de afloramentos de granito na cidade, como na Avenida D. Afonso Henriques e na Rua do Monte Pedral.

A geóloga destacou que o Hospital de Santo António foi construído com granito proveniente de uma antiga pedreira no Monte Pedral e de pedras da muralha antiga. Com estes novos dados, a candidatura ganhou força, resultando na inclusão do granito do Porto na lista das 55 pedras mundiais consideradas património pela UNESCO.

Em Portugal, além do granito do Porto, o calcário de Ançã foi igualmente distinguido este ano. Estes materiais juntam-se ao mármore de Estremoz (2017), ao calcário Lioz (2019) e à brecha da Arrábida (2022), que já faziam parte desta lista exclusiva de pedras portuguesas reconhecidas pela UNESCO.

ZAP //

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