Nova coluna de som silencia outros barulhos na sala

Nature Communications

Uma mão cheia de robôs que compõem a coluna revolucionária

Invenção poderá revolucionar a gestão de som em espaços lotados. “Se fechar os olhos e houver 10 pessoas a falar na sala, não faço ideia de quem está a dizer o quê nem de onde é que essas pessoas estão na sala”.

Um inovador sistema de colunas inteligentes que usa microfones auto-implantáveis para dividir salas em “zonas de fala” foi revelado por investigadores de Ciência da Computação e Engenharia da Universidade de Washington.

O estudo, publicado na Nature Communications, poderá revolucionar a forma como o som é gerido em espaços lotados, isolando as vozes de oradores individuais sem a necessidade de pistas visuais.

O sistema apresenta pequenos microfones robóticos, cada um com cerca de 2,54 centímetros de diâmetro, que se desdobram automaticamente a partir de uma estação de carregamento. Uma vez desdobrados, estes robôs podem posicionar-se estrategicamente numa sala, emitindo sons de alta frequência para navegar e evitar obstáculos.

Ao dispersarem-se a distâncias máximas uns dos outros, estes “enxames acústicos” robóticos alcançam um controlo de som superior, permitindo silenciar ou destacar fontes de áudio específicas dentro da sala.

“Se fechar os olhos e houver 10 pessoas a falar na sala, não faço ideia de quem está a dizer o quê nem de onde é que essas pessoas estão na sala”, diz o co-autor do estudo, Malek Itani, de acordo com o Futurity.

Distinção de vozes quase perfeita

Ao contrário das tecnologias existentes, que requerem entradas visuais de câmaras de teto ou dispositivos, este novo método utiliza exclusivamente o som para posicionar os microfones.

Redes neuronais desenvolvidas pela equipa analisam sinais com atrasos temporais de diferentes microfones para separar vozes individuais e identificar as suas localizações.

A tecnologia demonstrou uma precisão de 90% na distinção de vozes a até 1,6 metros de distância umas das outras em ambientes diversos como escritórios, salas de estar e cozinhas.

Embora o sistema atualmente demore em média 1,82 segundos para processar três segundos de áudio — tornando-o ligeiramente inadequado para comunicações em tempo real — mostra promessas para aplicações de transmissão ao vivo.

Os investigadores veem aplicações potenciais para enxames acústicos em casas inteligentes. Por exemplo, esses sistemas poderiam permitir o controlo vocal da TV apenas para pessoas sentadas em “zonas ativas” designadas. Versões futuras da tecnologia também poderão ser capazes de emitir sons que criam zonas ativas e silenciosas no mundo real, permitindo diferentes experiências de áudio na mesma sala.

“Zonas silenciosas” combatem invasões de privacidade

Uma das principais preocupações decorrentes desta tecnologia é o potencial risco à privacidade. No entanto, os investigadores implementaram várias medidas de segurança para mitigar este risco.

Os robôs navegam apenas através do som, eliminando a necessidade de câmaras a bordo, e todo o processamento de áudio acontece localmente em vez de na nuvem. Além disso, o sistema pode ser programado para criar “zonas silenciosas” em torno de áreas específicas, garantindo que as conversas dentro destas bolhas permaneçam privadas.

ZAP //

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