Nota-se muito que Portugal precisa de professores?

Os 21 cursos de Educação Básica, para a formação de professores, esgotaram as quase mil vagas disponíveis na 1.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior, cujos resultados foram divulgados este domingo.

De acordo com os dados do Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI), divulgados este domingo, os 997 colocados em licenciaturas de Educação Básica ocuparam todas as vagas que tinham sido disponibilizadas.

Em comparação com o ano passado, quando no final da 1.ª fase ainda tinham ficado lugares por preencher, o número de colocados nestes cursos, que são a base da formação de professores, aumentou 8%.

Não deixa de ser um dado positivo, numa altura em que se sabe que há uma grave carência de professores nas escolas portuguesas.

“Nos últimos três anos o número de colocados em licenciaturas em Educação Básica aumentou 56,3%, o que demonstra o crescente interesse dos estudantes por estas formações”, refere a nota do MECI.

A captação de alunos para os cursos de formação de novos professores tem sido uns dos desafios dos últimos anos para responder à falta de docentes nas escolas, sobretudo nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve, onde existe maior carência.

Nas instituições de ensino superior dessas regiões entraram agora 328 estudantes, mas continua a ser nas instituições do Norte que se formam a maioria dos futuros docentes e este ano entraram quase 500 novos alunos.

A média de entrada mais alta foi no Instituto Politécnico do Porto, onde o último candidato entrou com 15,6 valores, e a mais baixa, no Politécnico de Bragança, ficou nos 11,3 valores.

Incentivos “à Educação” (e não só)

A partir deste ano, os jovens passam a ter mais incentivos para seguir esta formação, depois de o ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, ter anunciado a atribuição de 2.000 bolsas para alunos que ingressem em licenciaturas e mestrados em Ciências da Educação e Ensino.

Os cursos de Medicina também se destacaram, com a colocação de 1.661 estudantes – o maior número de sempre -, em resultado do acréscimo de vagas sobrantes dos concursos especiais de ingresso em Medicina para licenciados.

A nota do MECI acrescenta que, entre os perto de 50 mil alunos colocados na 1.ª fase, 1.655 serão beneficiários de escalão A de ação social escolar, dos quais 1.178 conseguiram colocação através desse contingente prioritário.

Entraram ainda 214 estudantes através do contingente prioritário para candidatos com deficiência (mais 19,6% do que no ano passado) e 402 através do contingente para emigrantes portugueses, familiares que com eles residam e lusodescendentes (mais 10,4%).

Já nos cursos apoiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência, das áreas de ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática, o número de alunos com colocação cresceu 5,5%.

Os resultados da primeira fase do concurso estão disponíveis no site da Direção-Geral do Ensino Superior – http://www.dges.gov.pt – a partir das 00h00 de domingo e os alunos, que pretendam, têm entre segunda-feira e 4 de setembro para candidatarem-se à 2.ª fase.

As perto de cinco mil vagas que sobraram da 1.ª fase serão agora disponibilizadas para a 2.ª fase, a que deverão somar-se as vagas ocupadas mas que os alunos não realizaram a matrícula nem inscrição, voltando por isso a ficar disponíveis.

ZAP // Lusa

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.