Terceira tentativa. Itália nos anos 90, não resultou. Suécia já com Rui Jorge, quase deu. Alemanha, à terceira é de vez. Ou não há duas sem três? Estou na dúvida. Vou ficar à espera do final desta final, para saber qual será o conceito aplicável.
Aí estão eles, os 11 jovens heróis. O Europeu sub-21 já começou há décadas e Portugal só tinha estado duas vezes na final. Este conjunto de grande qualidade tornou-se na terceira seleção portuguesa a marcar presença no jogo decisivo.
E, para já, estão cheios de crença, de garra. Olhem o capitão Diogo Queirós a cantar durante o hino nacional. Quase fez lembrar a seleção nacional de râguebi, no Mundial 2007.
Bem, este Diogo vem de um contexto onde a crença e a garra imperam. Este Diogo e os outros três também. Diogo Queirós, Diogo Costa, Diogo Dalot, Diogo Leite, mais o Vitinha, mais o Fábio Vieira. Seis titulares nesta final foram formados no FC Porto. Um sexteto azul e branco. No Europeu 2004, no qual Portugal também chegou à final, foi igualmente óbvia a importância do FC Porto (não da formação), com outro sexteto, na altura. E, tal como em 2004, estes também já foram campeões europeus. Vêm com outra força.
Tiago Tomás protagonizou a primeira ameaça de golo, num ataque português em que o Dany parecia mesmo uma mota.
Rapidamente a Alemanha tomou conta do jogo. Wirtz acertou na barra por causa de uma falha grave de Florentino. Ai Florentino, Florentino…
Bem sei que o Florentino Luís foi o único titular nesta partida que já tinha sido titular na final do Europeu sub-17 e na final do Europeu sub-19 que Portugal venceu. Ambos. Mas ofertas destas…
Mais Alemanha no jogo, Portugal quase nem atacava. No entanto, já no período de compensação, os episódios inacreditáveis desta primeira parte. O primeiro foi o tempo extra que o árbitro estabeleceu. Alguém percebeu aqueles dois minutos, numa primeira etapa com tanta paragem? O segundo focou-se em Vitinha, que podia ter rematado à primeira, à segunda, assistido à terceira. Não fez nada disso. E a jogada perdeu-se, sem qualquer mérito alemão. Neste momento parecia que estava a ouvir o meu pai: “Ai, ai! Eu tirava já este gajo!”.
Não saiu ao intervalo mas saiu ainda dentro do primeiro quarto de hora da segunda parte.
Antes dessa substituição, golo natural. A Alemanha estava a ser mais competente, mais coesa. Melhor. E o cenário sortudo verificado na meia-final com a Espanha não se repetiu. Nmecha foi o autor do golo inglês. Ai não, ele é alemão. Mas já foi inglês. Lukas Nmecha foi campeão europeu sub-19 pela Inglaterra. E também marcou nessa final, em 2017. Numa final disputada com…Portugal. Já nem te posso ver à frente, ó alemão-inglês.
Bem, esta final é uma mistura de países. Então Portugal está a jogar contra Alemanha, Inglaterra ou Azerbaijão? Anda ali a jogar o Baku! E bom jogador, por acaso.
Bom jogador é Fábio Vieira. O melhor deste torneio, oficialmente. Quase marcava um chapéu que iria ficar nos melhores momentos de sempre na UEFA.
Mas Portugal fez pouco. No ataque, fez pouco. Numa final de um Europeu, uma das equipas finalistas só consegue um remate na direção da baliza ao longo de 90 minutos? Pouco.
Muito fez Diogo Costa, provavelmente o melhor em campo da seleção portuguesa. O que resume grande parte deste encontro.
No futebol estão em campo onze contra onze e no final ganha a Alemanha. Onze contra onze ou onze contra dez? É que, após o intervalo, Rafael Leão entrou mas eu não o vi. Jogou durante toda a segunda parte mas não me lembro de qualquer ataque em que o protagonista foi o Leão. Ele jogou?
É um ciclo sem fim: foi na final do Europeu 2015, foi na fase a eliminar nos Jogos Olímpicos 2016, foi na autêntica final de apuramento para o Europeu 2019, foi na consequente presença (ou ausência) nos Jogos Olímpicos de Tóquio e agora na final do Europeu 2021. Sim, estão lá, em jogos importantes, de topo. Mas este ciclo de perder nos momentos decisivos mantém-se nos sub-21 de Rui Jorge.
Fico à espera de outro desfecho. Será que demora?