Oito neonazis alemães condenados por ataques contra imigrantes

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A cidade de Dresden é frequentemente palco de confrontos entre manifestantes neonazis e antifascistas

Oito membros de uma célula neonazista alemã foram condenados na terça-feria depois que um tribunal os considerou culpados de formar uma “organização terrorista” que planeava uma campanha de violência contra imigrantes.

Segundo avançou o Guardian, o Tribunal Regional Superior de Dresden condenou os acusados, com idades compreendidas entre os 22 e 32 anos, a penas de prisão que vão desde dois anos e três meses até cinco anos e meio, neste caso para o líder do grupo, que se auto-intitula “Revolução Chemnitz”.

O julgamento, que durou seis meses, foi acompanhado de perto na Alemanha, onde tem crescido a preocupação com uma extrema direita cada vez mais militante.

Em fevereiro, um extremista atirou e matou nove pessoas num bar shisha e num café na cidade de Hanau, no oeste do país, levando a chanceler alemã, Angela Merkel, a pedir aos cidadãos que resistam ao “veneno” da xenofobia e do ódio.

Os oito condenados fazem parte do cenário ‘hooligan’, neonazista e ‘skinhead’ presente nos arredores da cidade de Chemnitz, no estado da Saxónia, antigo leste comunista do país. Em setembro de 2018, após um alemão ter sido assassinado por um sírio – o que provocou tumultos contra imigrantes -, juntaram-se a um grupo online que apelava à violência.

De acordo com o tribunal, o líder, Christian Keilberg, pediu aos outros indivíduos para se inscreverem num manifesto criado pelo grupo online, que incitava a agirem com violência armada contra os seus “inimigos”. Durante o julgamento, a defesa argumentou que os clientes não tinham entendido o manifesto ou não o tinham levado a sério.

Cinco dos réus realizaram um primeiro ataque a 14 de setembro de 2018, armados, entre outros objetos, com garrafas de vidro e um eletrochoque, ferindo vários residentes estrangeiros em Chemnitz. Acredita-se que este tenha sido um “teste” para um ataque maior, a 03 de outubro, dia em que a Alemanha celebra a reunificação.

Os juízes consideraram os participantes do ataque culpados de graves violações da paz. De acordo com os promotores, o grupo queria reverter a sociedade alemã através de “ataques violentos e agressões armadas” contra imigrantes, opositores políticos e jornalistas.

A ministra da Justiça Christine Lambrecht disse que o julgamento voltou a destacar “o perigo representado por grupos terroristas de direita” na Alemanha, impulsionado pelo “ódio e desprezo pela democracia”. Os serviços de segurança e os promotores continuariam a trabalhar para “responsabilizar os autores”, acrescentou.

ZAP //

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