Nem os cientistas previam tanto calor para este ano

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PinkMoose / Flickr

2016 está a caminho de se tornar o ano mais quente de sempre, com o aumento das temperaturas a bater vários recordes. São os efeitos do aquecimento global, mas o que preocupa verdadeiramente é que nem os cientistas tinham previsto tanto calor.

Depois de se ter falado de 2015 como o ano mais quente de sempre, as temperaturas continuaram a subir e 2016 pode tornar-se no novo ano mais quente desde 1880, quando começaram a fazer-se registos das temperaturas.

O passado mês de Junho foi o 14º mês consecutivo com temperaturas recorde, segundo dados da Organização Mundial de Meteorologia (OMM). Um estudo da ONU prevê mesmo que daqui a alguns anos vai ser impossível trabalhar, em certas zonas do planeta, por causa do extremo calor.

O que mais me preocupa é que não antecipamos estes saltos de temperatura. Vaticinamos calor moderado para 2016, mas nada como as subidas de temperaturas que temos visto”, destaca o director do programa de pesquisa das alterações climáticas da OMM, David Carlson, em declarações à Fundação Thomson Reuters.

O responsável nota que os modelos científicos de previsão utilizados até agora falharam, não prevendo estes recordes de temperatura, o que indicia que os efeitos do aquecimento global podem estar a ser mais graves e mais rápidos do que se antevia.

Assim, Carlson aponta que é preciso mudar a forma como se têm feito estas previsões para tentar compreender e antecipar porque é que eventos meteorológicos como o calor extremo e as cheias estão a tornar-se tão frequentes.

“Enormes aumentos de temperatura, mas também eventos extremos como cheias, tornaram-se o novo normal. Os níveis de degelo bateram recordes na primeira metade de 2016, por exemplo – geralmente, não vemos isso até mais tarde no ano”, considera ainda Carlson.

“Também crítico é o facto de que as pessoas sobrevivem ao calor usando mais energia para se refrescarem, e assim provocando um maior esgotamento dos recursos do planeta”, conclui o investigador.

ZAP

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