Estudo recente lança novas pistas sobre as capacidades cognitivas nesta época do ser humano.
O título deste artigo pode originar alguma confusão mas é a conclusão principal que se tira de um estudo recente.
A análise foi publicada há poucos dias na revista Archaeological and Anthropological Sciences. E lança novas pistas sobre as capacidades cognitivas nesta época do ser humano.
Os especialistas analisaram amostras de cola produzidas pelos neandertais a partir da casca de bétula.
As bétulas não apresentam nenhum exsudato visível que possa ser reconhecido como um potencial adesivo. Para fazer cola, a casca tinha que ser tratada para se transformar.
A cola seria utilizada para criar ferramentas de caça.
Sabemos que o Neandertal foi um dos primeiros a utilizar cola, mas falta perceber melhor a sua fabricação: há quem defenda que foi criada em estruturas subterrâneas construídas de propósito, outros acreditam que os neandertais apenas reuniram alcatrão (produzido intencionalmente, ou não).
Neste estudo, os cientistas analisaram amostras de cola num famoso local neandertal na Alemanha, Königsaue. Foram comparadas com dezenas de amostras de referência que os autores do estudo criaram utilizando cinco técnicas diferentes da Idade da Pedra.
Assim, verificaram que o alcatrão de bétula produzido no subsolo tinha altos níveis de um polímero natural chamado suberina, ao contrário do alcatrão produzido pela queima da casca acima do solo.
As duas amostras em Königsaue também eram ricas em suberina.
Aí, a equipa analisou a estrutura química dessa cola antiga e descobriram que “a assinatura química geral dos dois artefactos de alcatrão de Königsaue é mais comparável aos alcatrões feitos no subsolo“.
Os investigadores acreditam que os Neandertais destilaram alcatrão num ambiente subterrâneo criado intencionalmente que restringia o fluxo de oxigénio, explica o portal Science Post.
Este grau de complexidade dificilmente teria sido inventado espontaneamente. Foi criado com processos químicos antigos, mais simples.