Nazanin Zaghari-Ratcliffe libertada após seis anos detida no Irão

Antiga jornalista estava detida desde 2016, quando tentava abandonar o Irão após uma visita familiar.

Nazanin Zaghari-Ratcliffe, cidadã britânica com origem iraniana foi libertada após seis anos detida no Irão, estando já de regresso ao Reino Unido. A libertação aconteceu após o Governo britânico ter pagado uma “dívida histórica” ao Irão, referente a uma venda de armas ao Xá Reza Pahlavi na década de 1970. O pagamento era visto como chave para libertar Zaghari-Ratcliffe, mas também outros dois cidadãos britânicos detidos.

O Irão disse ter recebido o pagamento – em causa estará a compra e pagamento de 1500 carros de combate Chirftain, cuja encomenda foi suspensa após o queda do governante -, no entanto, negou que a libertação estivesse relacionada com o pagamento, pela voz do seu ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Hossein Amirabdollahian.

A cidadã trabalhava para a Fundação Thomson Reuters, um ramo independente da agência noticiosa que se encarregava de questões humanitárias, e foi detida no aeroporto de Teerão em abril de 2016, quando saía do país com a filha de 22 meses. Primeiramente, foi condenada a cinco anos de prisão no âmbito de uma acusação de conspirar para derrubar o regime da República Islâmica. Após ser libertada, foi novamente acusada de “propaganda contra o regime” devido a uma participação num protesto junto à Embaixada iraniana em Londres, em 2009.

“Numa altura conturbada no mundo, em que as notícias têm sido consistemente desoladoras, a liberdade de Nazanin é um raio de sol e esperança”, explicou Antonio Zappulla, diretor executivo da Fundação, citado pelo Público. Também Boris Johnson comentou a libertação da antiga jornalista, mostrando-se contente pelo desenvolvimento do caso, no qual também participou de forma algo imprudente.

Anteriormente, afirmada que Zaghari-Ratcliffe “estava unicamente a fazer o seu trabalho de jornalista“, o que motivou novas acusações por parte autoridades iranianas. Os governos britânicos justificavam o não pagamento da dívida com a incapacidade de o fazer sem violar as sanções que tinham sido impostas ao Irão devido ao seu programa nuclear.

ZAP //

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