A agência espacial norte-americana (NASA) lançou esta sexta-feira a cápsula não tripulada Orion, primeira nave desde o programa Apolo que poderá, no futuro, transportar astronautas além da órbita terrestre e eventualmente a Marte.
O foguetão Delta IV Heavy, de dois andares, fabricado pela empresa United Launch Alliance (ULA), deixou a base aérea de Cabo Canaveral como previsto às 12h05 TMG (mesma hora em Lisboa), levando a cápsula de 8,6 toneladas.
O lançamento, inicialmente previsto para quinta-feira, foi adiado várias vezes, primeiro devido à presença de um navio no perímetro de segurança, depois por causa de ventos fortes e, por último, porque anomalias nas válvulas dos foguetes propulsores não foram resolvidas a tempo de ser aproveitada a janela de lançamento.
Neste ensaio sem tripulação, para analisar os sistemas da cápsula e, em particular, o escudo térmico que a protege, a Orion deverá dar duas voltas à Terra a uma distância de 5.793km do planeta, 15 vezes mais distante do que o ponto em que se encontra a Estação Espacial Internacional, até que cairá no Oceano Pacífico0
Apesar desta viagem não ser tripulada, a nave Orion está a ser desenhada para, no futuro, permitir viagens com tripulação a destinos como asteróides ou o planeta Marte.
Cápsula e foguetão
A Orion está a ser desenvolvida em conjunto com um novo e poderoso foguetão que só deverá fazer seu primeiro voo em 2017 ou 2018.
Para este voo, no entanto, foi usado o Delta IV-Heavy, atualmente o mais poderoso foguetão de lançamento do mundo.
A Orion cairá novamente na Terra a uma velocidade de reentrada perto dos 30 mil quilómetros por hora, próximo da velocidade esperada de uma cápsula a regressar de uma viagem à Lua.
Os testes deverão dar aos engenheiros da NASA a oportunidade de verificar o desempenho do escudo de calor da Orion, que deve enfrentar uma temperatura de 2 mil graus, e poderão também observar os testes dos páraquedas da cápsula, que devem desacelerar a queda nas águas do Oceano Pacífico. A Orion deverá cair na costa da península da Baja Califórnia, México.
ZAP / Lusa / BBC