Em 1944, um navio afundou-se quando transportava 1.400 toneladas de explosivos durante a Segunda Guerra Mundial. O tempo passa e a sua estrutura deteriora-se sem solução.
Em agosto de 1944, o SS Richard Montgomery, um cargueiro norte-americano construído durante a II Guerra Mundial, afundou-se no estuário do Tamisa, após uma série de infortúnios.
Concebido para transportar munições para a campanha dos Aliados na Normandia, o navio encalhou num banco de areia devido a uma combinação de más decisões e condições adversas.
Apesar de ter sido lançada uma operação para retirar a sua perigosa carga de cerca de 1.400 toneladas de explosivos que ficaram presos nos porões quando o navio se partiu e se afundou completamente, os trabalhos não foram bem sucedidos.
Em consequência, conta o El Confidencial, o navio naufragado é atualmente considerado pelo Reino Unido como uma grande ameaça para a segurança de várias partes do país.
A avançada deterioração da estrutura do SS Richard Montgomery tem gerado preocupação entre especialistas e autoridades, que alertam para o facto de uma explosão poder desencadear um tsunami que afetaria as costas de Kent e Essex, colocando mesmo em risco a cidade de Londres.
A embarcação, construída em 1943, fazia parte da frota de navios Liberty destinados a apoiar a logística dos Aliados durante a II Guerra Mundial. A sua missão era transportar mais de 6.000 toneladas de munições para Cherbourg, mas o incidente impediu-o de cumprir a sua missão.
Um risco que persiste há oito décadas
Um relatório recente da Maritime & Coastguard Agency revelou que o naufrágio está a mostrar sinais alarmantes de deterioração.
As fissuras no casco do navio estão a aumentar e a inclinação da sua secção dianteira aumentou até 15 centímetros. Além disso, os peritos identificaram 18 objetos metálicos desconhecidos nas proximidades dos destroços, o que complica ainda mais os trabalhos de inspeção e manutenção.
Segundo o Daily Mail, o governo britânico propôs a remoção dos mastros visíveis do SS Richard Montgomery, que poderiam desabar sobre a carga e detonar os explosivos.
Este projeto, inicialmente previsto para 2020, sofreu vários atrasos devido à complexidade técnica e à descoberta de novos objetos na zona. Os trabalhos foram reagendados para o próximo ano, enquanto os peritos concebem uma metodologia segura para efetuar a operação.
In the Thames Estuary in the UK there is a sunken mmunition ship from World War II that pokes out of the sea at low tide.
It’s a shipping hazard buy we’ve been told it cannot be blown up as property in a wide radius would be damaged. I imagine it would be something similar. pic.twitter.com/YP5FCcPcgX
— Spider-Father@TFNation2024🏳️🌈 (@mellowshade) August 5, 2020
O Ministério dos Transportes do Reino Unido está a efetuar uma monitorização constante dos destroços do navio naufragado, utilizando radares e levantamentos subaquáticos anuais para avaliar as alterações na estrutura do naufrágio.
Mas embora as autoridades considerem que o risco de explosão é baixo, o impacto potencial de um acidente suscita preocupações.
Com efeito, uma detonação das cargas explosivas do navio poderia causar “uma das maiores explosões não nucleares do mundo”, gerando uma onda de choque que chegaria ás cidades vizinhas — que provocaria um maremoto no estuário do Tamisa, explica à New Scientist, o professor David Alexander, da University College London.
Assim, persiste o risco de Londres ser atingida por um tsunami causado pelo que alguns meios de comunicação britânicos chamam o naufrágio do fim do mundo.
O acento em “chegaria ás cidades” é grave, ou seja, “chegaria às cidades”.