A agência espacial norte-americana anunciou esta quarta-feira o lançamento de uma sonda que chegará à distância mais próxima da superfície solar jamais alcançada pela tecnologia humana, para estudar as características físicas da atmosfera do Sol.
Segundo o chefe do programa de missões da NASA, Thomas Zurbuchen, a sonda foi baptizada “Parker”, em homenagem a Eugene Parker, o astrofísico que desenvolveu a teoria dos ventos solares supersónicos.
“A Parker Solar Probe irá passar a cerca de 7 milhões de quilómetros do Sol – o que é quase 8 vezes mais próximo do Sol do que a órbita de Mercúrio – e fornecerá pormenores incríveis da dinâmica da atmosfera solar”, disse Jonathan Lunine, director do Centro de Astrofísica e Ciências Planetárias da Universidade de Cornell e conselheiro da NASA.
Até agora, várias sondas espaciais se aproximaram da estrela central do nosso Sistema Solar para estudar os ventos solares e a coroa solar – a camada mais larga e externa da atmosfera solar – mas nunca estiveram a uma distância tão próxima, o que poderá responder a muitas questões sobre o comportamento do Sol.
A sonda Solar Parker foi projectada para obter dados num ambiente de temperaturas extremas, com muita quantidade de radiação, e chega a alcançar uma velocidade de 200 quilómetros por segundo, o que permitiria que se deslocasse da Terra à Lua em meia hora.
“Até agora, os materiais para que esta missão fosse possível não existiam“, disse o cientista Nicola Fox, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade John Hopkins, responsável por desenvolver parte dos componentes do equipamento.
Lançar uma sonda que chegue até o Sol era, até hoje, uma missão impossível. Para causar um impacto na superfície solar, a sonda deveria ser capaz de atingir uma velocidade de 30 quilómetros por segundo na direcção contrária da velocidade orbital da terra ao redor do Sol, mas a tecnologia de foguetes espaciais actuais só permite um terço disso.
Para se aproximar do Sol e orbitá-lo a uma distância tão curta, a Sonda Solar Parker será acelerada pelo Delta IV Heavy, o foguete em serviço com a maior potência existente, e irá aproveitar a gravidade de Vénus até 2025, para depois alcançar a atmosfera do Sol.
Várias sondas lançadas desde os anos 60 confirmaram as teorias sobre o campo magnético do Sol e a existência de ventos solares, além de permitirem observar o comportamento da coroa solar, que atinge temperaturas mais altas que a superfície da estrela central do Sistema Solar.
ZAP // EFE