A NASA está a planear construir e enviar um submarino exploratório autónomo para navegar nos mares de Titã, o maior de mais de 60 satélites naturais que orbitam Saturno, e descobrir definitivamente o que existe por lá.
Titã é o segundo maior satélite de todo o Sistema Solar e o único conhecido por ter uma densa atmosfera, semelhante a um planeta. Além disso, é o único objeto espacial, além da Terra, a ter evidência nítida de existência de líquidos na sua superfície.
Acredita-se que Titã possua lagos de hidrocarbonetos, vulcões congelados e rios de metano líquido que se comportam quase como a água na Terra, evaporando e condensando, causando chuvas num ciclo eterno.
Estas informações foram reveladas em 2005, quando a NASA enviou para lá a sonda Huygens, que tirou as primeiras fotografias da superfície do planeta. Apesar da baixa definição das imagens capturadas, muitos astrónomos acreditam que Titã seja um possível hospedeiro de vida microbiana extraterrestre.
A agência revelou os seus planos de explorar Titã durante o simpósio NASA Innovative Advanced Concepts (NIAC), organizado na semana passada nos EUA. No evento, a agência explicou que o envio de um submarino inteligente e autónomo para o satélite natural de Saturno deverá provar (ou desmentir) que os oceanos que cobrem a superfície da lua são compostos de metano e etano.
O submarino estudado pela equipa do NASA Glenn Research Center contaria com uma enorme cauda que permitiria o veículo a se comunicar diretamente com receptores instalados na Terra, enviando sinais a uma distância de mais ou menos 1,42 mil milhões de quilómetros.
O submarino robótico teria seis metros de comprimento e conseguiria afundar ou emergir ao absorver ou expulsar o líquido do oceano de Titã, o que o ajudaria a economizar combustível, já que seria equipado com uma quantidade limitada de combustível a partir do momento em que saísse da Terra.
Todos os tipos de equipamentos meteorológicos disponíveis (como sensores, radares e sonares, além de câmeras fotográficas) seriam usados para equipar o veículo a fim de que consiga recolher e enviar a maior quantidade possível de dados sobre o maior satélite natural de Saturno.
Uma das vantagens de usar um submarino para explorar Titã é a versatilidade do aparelho. Quando estivesse à superfície, o submarino conseguiria medir ondas, analisar a atmosfera e os ventos da lua. Submerso, ele seria capaz de testar a composição e recolheria diversas amostras do fundo do mar titânico.
“Se conseguirmos mergulhar até o fundo do mar titânico nalgumas áreas e trazer amostras para descobrir as suas características, isso pode-nos dizer muito sobre o ambiente em que nos encontramos”, explica o investigador Michael Paul, diretor de Sistemas Espaciais da Penn State University.
Para começar a viabilizar o projeto, a NASA precisa receber da sonda Cassini informações mais detalhadas sobre o satélite. A expectativa é que em março de 2017 o projeto seja avaliado pelos gestores da NASA.
No entanto, ainda deverá levar bastante tempo até que a agência espacial norte-americana veja o projeto em ação: a primeira missão exploratória a Titã está programada para acontecer somente em 2038.
deviam de se preocupar primeiro em explorar os oceanos da Terra…
Carlos, isso não é da responsabilidade da Nasa. Há outros organismos para isso.
E os oceanos por cá são bem mais conhecidos do que imaginamos.
Cumprimentos.