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Naomi Campbell anunciou que foi mãe aos 53 anos. Isso é possível?

Vogue

Naomi Campbell na capa da revista Vogue de março de 2022

Antiga modelo mostrou a sua bebé, apenas três anos depois de ter sido mãe de primeira viagem aos 50 anos.

Naomi Campbell anunciou nesta quinta-feira que foi mãe pela segunda vez.

“Meu querido, espero que saibas que és amado para lá da medida e estás rodeado de amor desde o momento em que nos agraciaste com a tua presença. Um Verdadeiro Presente de Deus, abençoado! Bem-vindo, bebezinho”, escreveu a antiga modelo, no Instagram.

Naomi completou a frase com a indicação: “mãe de dois” – foi mãe pela primeira vez há apenas três anos.

A antiga modelo costuma ficar longe dos holofotes, no que diz respeito à sua vida privada. Esta novidade apanhou muita gente de surpresa, no mundo das celebridades.

Muitas pessoas terão feito logo esta pesquisa na internet: “Naomi Campbell idade”.

Tem 53 anos. E sim, foi mãe. E sim, o seu primeiro filho nasceu quando tinha 50 anos.

“Nunca é tarde para ser mãe”, escreveu Naomi.

É possível?

É.

Para já, em relação a este segundo filho, especula-se que não tenha sido uma gravidez “tradicional”. Porque é pouco provável uma mulher ser (naturalmente) fértil aos 53 anos.

Ou seja, levantam-se quatro possibilidades mais fortes: doação de óvulos, fertilização in vitro (com os seus óvulos ou com óvulos doados) e uma gestação de substituição – as famosas “barrigas de aluguer”. Ou adopção.

Já se tinham levantado todas estas hipóteses há três anos. Mas Naomi já assegurou que a primeira filha é biológica, não adoptada.

As mulheres sabem (e muitos homens também) que a probabilidade de engravidar, normalmente, baixa muito a partir dos 40 anos. Embora cada caso seja um caso.

Mas a Ciência evoluiu. Continua a ser raro, mas acontece uma mulher ser mãe perto ou mesmo depois dos 50 anos.

Aliás, há uns tempos foi notícia em diversos países uma indiana que foi mãe aos… 74 anos. Também do Brasil, mais recentemente, destacou-se o caso de Cláudia Raia, a famosa actriz que foi mãe aos 56 anos; a criança nasceu há quatro meses.

A medicina reprodutiva, com os avanços que foi registando, hoje permite que mulheres mais velhas sejam mães – mesmo que estejam na menopausa.

Mas os óvulos podem ser congelados, por exemplo. Da própria mulher. Que, anos mais tarde, utiliza-os para ficar grávida (os óvulos devem ser retirados até aos 30/35 anos, para aumentar a probabilidade de gravidez).

Limite de idade?

Não há. Na verdade, quando o óvulo ou o esperma é doado, não há uma idade máxima para uma mulher ser mãe.

E o mais provável é que Naomi tenha recorrido a procriação medicamente assistida, a um tratamento.

É o que os ovários envelhecem mais rapidamente do que o útero. Por isso, é possível engravidar até aos 60 anos.

Embora, pegando na noção de “gravidez de forma natural“, esse limite anda perto dos 45 anos.

Agora, é um risco. A gravidez é de risco e pode ser de risco elevado. Por isso, seja aos 40 ou aos 60 anos, um factor é essencial: a mulher avança para o tratamento se for uma mulher saudável. Problemas cardíacos, ginecológicos ou psicólogicos, hipertensão e diabetes, entre outros, devem afastar o cenário de gravidez.

Em Portugal…

…há uma questão. Tal como há noutros países: só é possível recorrer a procriação medicamente assistida até aos 50 anos. Mesmo em clínicas particulares.

50 anos é também o máximo, no Serviço Nacional de Saúde, para mulheres preservarem material reprodutivo devido a doença grave, para acederem aos tratamentos de infertilidade, lembrava a CNN.

Em caso de preservação que não esteja relacionada com doença grave, os limites baixam: 40 anos para fertilização in vitro e 42 anos para inseminação artificial.

A procriação medicamente assistida não aumenta o risco de gravidez.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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