O ex-governante e atual candidato à Câmara de Lisboa Carlos Moedas admitiu, na comissão parlamentar de inquérito às perdas do Novo Banco imputadas ao Fundo de Resolução, que recebeu Ricardo Salgado em maio de 2014 para ouvir as preocupações sobre a situação financeira do Grupo Espírito Santo (GES).
Carlos Moedas, ex-comissário europeu e atual candidato do PSD à Câmara Municipal de Lisboa, está a ser ouvido esta terça-feira na comissão parlamentar de inquérito às perdas do Novo Banco imputadas ao Fundo de Resolução.
De acordo com o Observador, Carlos Moedas admitiu que recebeu Ricardo Salgado em maio de 2014 para ouvir as preocupações sobre a situação financeira do Grupo Espírito Santo (GES) porque era a sua função ouvir empresas privadas.
Contudo, o ex-secretário de Estado adjunto de Passos Coelho recusou a ideia de que deveria ter feito alguma coisa, uma vez que não era a sua função no Governo.
“A minha responsabilidade no Governo era a de fechar com a troika o programa de ajustamento”, disse Moedas, recordando que estava a lidar com as reformas estruturais nas várias áreas da economia. “Não estava em posição de poder transmitir ou tomar uma decisão” sobre o caso GES/BES.
O candidato do PSD disse ainda que Salgado lhe comunicou que estava a contactar outros membros do Governo, incluindo o primeiro-ministro.
“Para além de estar no meio do fecho de centenas de medidas da troika“, Salgado “sabia que eu não tinha poder e eu sabia que ele estava a falar com outros membros do Governo”, disse Moedas, justificando assim porque não transmitiu as preocupações ao primeiro-ministro nem à ministra das Finanças. “Era a minha função ouvi-los, sim, não era a minha função fazer alguma coisa no Governo”.
Moedas afirmou também não tem registo da informação do memorando que recebeu e, segundo o qual, o GES teria um passivo de 7,6 mil milhões de euros, mas sublinhou que esse problema não seria dos contribuintes, mas sim dos acionistas e dos credores.
O ex-governante considerou ainda estranho o pedido de Salgado, feito por telefone em junho de 2014, para intervir junto do presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD). “Um presidente de um banco telefona-me para reunir com o presidente de outro banco? Foi tão estranho”.
Moedas contou que falou com o então presidente da CGD para lhe manifestar a estranheza e a preocupação, mas recusou qualquer cenário de intervenção a favor do BES/GES no Governo do qual fez parte.
“Nunca seria admissível ao então primeiro-ministro [Passos Coelho] fazer qualquer tipo de telefonema a um banco para pedir um crédito ou influenciar uma decisão de um empréstimo. Era fora do ADN da governação. Nunca me passou pela cabeça”, assegurou.
Sobre as respostas escritas que deu em 2015 sobre a preocupação com o BES/GES e a saída limpa do programa da troika, Moedas desvalorizou a ligação, lembrando que estava em causa o seu conhecimento de um problema do grupo – e não do banco.
Críticas aquecem audição de Moedas
A comissão de inquérito ao Novo Banco aqueceu com críticas ao Parlamento, de acordo com o ECO.
O PSD acusou o PS de instrumentalizar o Parlamento para fins políticos ao chamar Moedas a depor, numa atitude “desprezível” e “vergonhosa” da parte dos socialistas. “O PS já está a ver o engenheiro Carlos Moedas como presidente da Câmara de Lisboa. Prepare-se, senhor engenheiro, que isto é só o início”, atirou Duarte Pacheco.
Para o PSD, Moedas foi chamado ao inquérito por se ter candidatado contra Fernando Medina a Lisboa. “Perante este comportamento do PS, não compactuamos com a instrumentalização e campanha eleitoral que quer aqui fazer e não temos nenhuma pergunta a colocar”, acrescentou.
O deputado socialista João Paulo Correia considerou que não “é anormal” chamar Moedas, pois teve contacto privilegiado com Salgado antes da queda do BES. “Anormal é propor audições de Francisco Louçã, Daniel Bessa, João Salgueiro [como o PSD queria]. Isso é que é instrumentalizar a comissão de inquérito”, respondeu.
Antes, outros partidos já tinham deixado críticas aos socialistas. André Silva, do PAN, acusou o PS de “preferir brincar às campanhas eleitorais” quando a comissão de inquérito poderia ter chamado o hacker Rui Pinto e tentar perceber o desvio de fundos para offshores.
“O mesmo PS que tanto dramatiza com leis ad hominem do PAN sobre o cargo de governador do Banco de Portugal é o mesmo partido que, para defender os interesses de Medina, pede uma audição ad hominem em cima do joelho“, criticou.
Cecília Meireles, do CDS e que pertenceu ao Governo de Passos Coelho, disse que Moedas “cometeu o pecado de candidatar-se à câmara da capital do país” e que “se tivesse ficado descansado em casa, não estaria aqui hoje”.
Claro que não era, afinal nunca teve funções precisamente para que nunca seja responsabilizado por nada!
E é isto que vai para a camara de lisboa?
Agora pensem!
No meio da porcaria com toda a certeza encontram muito melhor!
Sim, o que lá está é muito melhor. Pelo menos parece ser bom a fazer negócios no imobiliário. Comprou uma bela casa por uma bagatela. Ao mesmo tempo vendeu a que tinha por um balúrdio. E a mulher ainda ganha prémios na TAP… falida e mesmo em anos de prejuízo.
Mas qual é a novidade? Os Salgados e os Mexias deste mundo têm o país e os governos todos que por lá passem, sempre na mão. E os políticos sabem que também não têm muito com que se preocupar, quando estão a defender o padrinho.
“…o GES teria um passivo de 7,6 mil milhões de euros, mas sublinhou que esse problema não seria dos contribuintes, mas sim dos acionistas e dos credores.”
Pois, “o problema não seria dos contribuintes”, só que de um momento para o outro passou a ser e, a conta para os portugueses já vai em 7 mil milhões, sendo o Moedas um dos responsáveis!!
Quer dizer que quem vê roubar e assobia para o lado está isento de responsabilidades?
O Partido Socialista tenta de todas as formas denegrir Carlos Moedas, de modo a manter a CML.
Fernando Medina foi só, o pior Presidente de Câmara que Lisboa já teve.
Esta é a oportunidade única dos lisboetas se livrarem desta personagem ridícula.
E sobre a notícia, nada?!