“Não me demito porque uns quantos querem que saia”, garante diretor-geral das prisões

Mário Cruz / Lusa

Manifestação do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP)

Em entrevista à Renascença, o diretor-geral dos Serviços Prisionais afirmou que o seu lugar está à disposição da ministra da Justiça e garante que não se demite “só porque uns quantos querem que saia”.

Esta sexta-feira, na Manhã da Renascença, Celso Manata afirmou que “a senhora ministra sabe que é só dizer, que eu abandono o lugar. Mas não abandono o lugar porque uns quantos, que dirigem o sindicato, querem que eu saia”.

No dia em que o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) realiza uma vigília para exigir a demissão do diretor-geral, o diretor frisou que tanto a ministra da Justiça como a secretária de Estado adjunta “em todos os momentos e publicamente, têm reiterado completa confiança no diretor-geral que neste momento está em funções”.

“Já estive cá uma vez, vim uma segunda vez porque me pediram, entretanto fui perito no Conselho da Europa nesta área durante dez anos, tenho a minha vida organizada e, portanto, não preciso de estar aqui, embora esteja com muito gosto e queira prestar, mais uma vez, o serviço ao país”, garantiu.

Os protestos marcados para esta sexta-feira têm origem na divergência entre o SNCGP e o diretor-geral em relação aos novos horários de trabalho. No entanto, Manata garante que o novo horário vem colmatar os principais problemas apontados pelos guardas, como o não pagamento de horas extraordinárias.

“Este novo horário não tem horas extraordinárias não pagas e as horas extraordinárias nos estabelecimentos onde existe diminuíram significativamente”, explicou à rádio. Além disso, frisou que este novo horário de trabalho “põe mais pessoas a trabalhar e maior operacionalidade naquilo que tem a ver com a manutenção da ordem e segurança“.

“Ontem tivemos uma reunião com todos os diretores, comissários e os chefes da guarda prisional dos seis estabelecimentos prisionais onde o horário está a funcionar e todos se manifestaram contentes”, salientou.

Celso Manata garantiu ainda que “quando se diz que os sindicatos estão contra o horário de trabalho, não é completamente verdade, porque a maior parte das pessoas estão de acordo”. “O problema é que, como acontece em muitas áreas da nossa vida, há uns que falam mais alto do que outros”, concluiu.

ZAP //

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