“Quem me dera nunca ter ganhado o Euromilhões”

Jane Park ficou famosa ao vencer o Euromilhões com apenas 17 anos. Foi perseguida e recebeu ameaças de morte.

E eis que chega mais um exemplo da frase “o dinheiro não compra felicidade”.

Em Portugal já foram revelados diversos casos de pessoas que viram a sua vida ficar arruinada depois de vencerem prémios milionários em jogos.

Nesta semana chegou um exemplo da Escócia, mais concretamente de Jane Park.

A escocesa tornou-se famosa em 2013, quando venceu um prémio do Euromilhões – e tinha apenas 17 anos (refira-se que o Reino Unido é uma excepção europeia e qualquer jovem com 16 anos já pode apostar).

Uma década depois, Jane apareceu no famoso programa televisivo Dr Phil para contar como tem sido a sua vida. E resumiu: “Quem me dera nunca ter ganhado o prémio. Não o desejo a ninguém”.

A jovem era operadora num call center e vivia num apartamento com a sua mãe. Um dia, lembrou-se de apostar no Euromilhões; na primeira tentativa, ganhou.

Jane recebeu 1.13 milhões de euros (1 milhão de libras) e, como a maioria das pessoas, nunca tinha visto tanto dinheiro: “Não tinha noção do que era 1 milhão de libras”.

Ainda se lembra do momento em que percebeu que tinha ficado milionária: “Não sabíamos se era real. Comecei a gritar, a minha mãe a tentar acalmar-me porque pensava que eu estava a precipitar-me. Mesmo na loja tinham dúvidas. Escondi o meu boletim na roupa e comecei a correr até casa”.

“Em casa avisei à minha mãe que tinha de ligar aos responsáveis do jogo, através do telefone fixo, para confirmar o prémio. Ela disse para não ligar porque a chamada ia ser muito cara”, relatou.

A partir daí, a vida mudou. O que não significa que melhorou.

Primeiro, porque se tornou numa figura pública: “É uma escolha mas és encorajada a aparecer em público. Sobretudo quando é um caso diferente como o meu”.

Segundo, porque começou a gastar tudo, sem ter noção de limites. Recebeu o conselho de uma tia, que lhe disse que deveria investir.

Mas o motivo principal: Jane Park foi perseguida e recebeu ameaças de morte. A partir de certa altura até tinha medo de sair de casa.

“Houve invasão de privacidade, as pessoas sentem que têm o direito de opinar sobre mim. Tive um perseguidor, havia gente escondida nos arbustos em frente a minha casa, ameaçaram atirar ácido à minha cara”.