O fresco de uma natureza morta recentemente descoberto no sítio arqueológico de Pompeia parece uma pizza — mas não é, asseguram os arqueólogos.
Uma pintura recentemente descoberta no Parque Arqueológico de Pompeia despertou a curiosidade devido à sua surpreendente semelhança com uma pizza.
No entanto, esta terça-feira os especialistas refutaram esta interpretação, reporta a Associated Press.
A emocionante descoberta, um fresco de natureza morta, parece retratar uma pizza. No entanto, os especialistas refutam a romântica ideia de que o tão amado prato italiano terá sido inventado em Pompeia.
Com efeito, realçam os peritos, na época em que o fresco foi pintado, há cerca de 2.000 anos, simplesmente não havia alguns dos ingredientes-chave usados na confeção de uma pizza tradicional — como tomates e mozzarella.
Além disso, um dos frutos retratados, interpretado como um “ananás” pelos que entusiasticamente viram uma pizza no fresco, não o pode ser de todo, realça o The Guardian — uma vez que o primeiro europeu a ter contacto com este fruto tropical foi Cristóvão Colombo, em Guadelupe, em 1493.
Em vez disso, os especialistas acreditam que o fresco retrata um tipo de focaccia adornado com frutas, como romã e possivelmente tâmaras, juntamente com algumas especiarias.
Esta refeição antiga, representada como sendo servida num luxuoso prato de prata com um cálice de vinho ao lado, traça paralelos com a história da pizza moderna.
Este prato de origem humilde surgiu no sul de Itália, no início do século XVII, e desde então encontrou o seu caminho para os restaurantes de todo o mundo, explica Gabriel Zuchtriegel, diretor do Parque Arqueológico de Pompeia.
A arte da pizza napolitana foi reconhecida pela UNESCO em 2017 pela sua forma único de preparação da massa e método de cozedura, é um símbolo do rico património cultural da Itália.
Com um peso significativo na indústria alimentar itraliana, a pizza representa cerca de 1/3 do orçamento de turismo alimentar estrangeiro do país e gera receitas anuais de 15 mil milhões de euros.