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Cientistas criaram nanopartículas que podem revolucionar o tratamento de doenças degenerativas

(dr) baycrest.org

Cientistas canadianos desenvolveram um novo método que usa nanopartículas para que os medicamentos cheguem ao cérebro no tratamento de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer e o Parkinson.

O maior obstáculo no tratamento de doenças neurodegenerativas é a barreira hematoencefálica (BBB), uma fronteira projetada para proteger o cérebro de substâncias potencialmente nocivas que se encontram no sangue.

De acordo com a Science Focus, revista científica da BBC, a BBB bloqueia a passagem de patógenos, anticorpos e grandes moléculas, sendo que apenas alguns antibióticos são capazes de passar.

A barreira hematoencefálica filtra substâncias nocivas para evitar que cheguem livremente ao cérebro. Mas essa mesma barreira também bloqueia a passagem de medicamentos”, explicou Charles Ramassamy, farmacologista e regente da cadeira sobre a doença de Alzheimer da Louise e André Charron .

Normalmente, as doenças neurodegenerativas são tratadas através da administração de doses elevadas de um medicamento, para que uma pequena quantidade seja capaz de passar a barreira. No entanto, esse método deixa uma grande quantidade da substância no sangue, o que pode causar efeitos colaterais significativos.

Investigadores do instituto nacional de pesquisa científica do Canadá criaram nanopartículas capazes de passar pela BBB – foi usado ácido polilático (um bioplástico facilmente decomposto no corpo) e as partículas foram encapsuladas com polietilenoglicol.

“Uma camada de polietilenoglicol cobre essas nanopartículas e torna-as invisíveis ao sistema imunológico, para que possam circular durante um maior período de tempo na corrente sanguínea”, explica Ramassamy.

O encapsulamento de medicamentos nessa forma pode significar que os pacientes serão capazes de tomar doses muito menores, aumentando a eficiência e reduzindo o risco de efeitos colaterais.

O novo método foi testado em células cultivadas e, de seguida, em peixes-zebra. “Essa espécie oferece várias vantagens. A sua barreira hematoencefálica é semelhante à dos humanos e a sua pele transparente torna possível ver a distribuição das nanopartículas quase em tempo real ”, explicou.

O artigo científico foi publicado no Journal of Controlled Release.

ZAP //

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