Não foi bem igual porque fomos ao Festival na mesma. Mas, em 1987, o júri avisou a RTP que a lista era fraquinha. Só foram apresentadas 6 músicas.
É uma baixa anunciada no início do ano: a Moldávia não vai estar representada no Festival Eurovisão da Canção 2025.
No passado dia 22 de Janeiro, a TeleRadio-Moldova (TRM) anunciou a desistência, que está relacionada com diversos factores.
Corneliu Durnescu, director da TRM, falou sobre uma decisão “difícil mas necessária”, tendo em conta o contexto actual do evento no país, cita o Eurovision World.
E qual é o contexto? O público está pouco interessado e a qualidade global das músicas e dos artistas é fraca.
Por isso, continuou Corneliu em conferência de imprensa, é preciso parar para dar uma volta ao evento, fazer uma reforma no processo de selecção das canções.
A ideia passará por rever a metodologia e os critérios de admissão, para incentivar a participação de mais artistas talentosos. Tudo para a Moldávia “ter no palco internacional uma representação cultural mais consistente e mais competitiva”.
O director contou que o júri da TRM e especialistas em música admitiram “sérias reservas” em relação às músicas que iam participar na selecção interna.
A Moldávia só participa no evento musical europeu desde 2005. Chegou a 13 finais e até conseguiu um 3.º lugar. No ano passado nem conseguiu apurar-se para a final.
Portugal, 1987
A ideia de parar para mudar o festival interno não é nova. Aconteceu… em Portugal, em 2016. Nesse ano não houve Festival da Canção porque a RTP estava a ver o evento a cair – precisamente na qualidade e no interesse do público – e decidiu mudar o esquema. No ano seguinte, voltou à Eurovisão e ganhou, por Salvador Sobral.
E há outra semelhança entre Moldávia e Portugal.
Neste caso recuamos até 1987. O duo Nevada venceu com a música Neste barco à vela, num concurso que só teve 6 canções nesse ano.
Porquê? Porque, num ano em que a RTP ficou à espera de receber originais de qualquer compositor, na fase final, e depois de receber todas as músicas, o júri avisou a RTP que a grande maioria das músicas era fraca.
Por isso, naquele dia 7 de Março de 1987, a primeira parte do Festival no Funchal até foi maior do que a segunda: na primeira actuaram convidados, para “encher”; na segunda parte actuaram os seis finalistas.
Mário Mata foi um dos finalistas nesse ano, com a música É do stress. Entre os compositores escolhidos, além de Mário Mata, estiveram Pedro Osório e Maria Guinot.
Os Nevada conseguiram apenas mais um ponto do que Glória, que com Hora a hora, dia a dia ficou no segundo posto.
No Festival da Eurovisão, Portugal ficou lá para o fundo da tabela (para não variar, na altura), mais precisamente no 18.º lugar somando apenas 15 pontos.
O vencedor foi o histórico Johnny Logan, com Hold me now: