Mulheres à deriva por cinco meses tinham dispositivo de emergência que não utilizaram

Mass Communication Specialist 3rd Class Jonathan Clay / US Navy / EPA

Duas mulheres de Honolulu sobreviveram durante cinco meses à deriva no Pacífico graças a um purificador de água e alimentos secos, juntamente com os cães. Agora, as autoridades apontam incongruências à histórias das mulheres.

Segundo a agência Associated Press, as mulheres que afirmam ter estado cinco meses à deriva em alto mar tinham um dispositivo de emergência que nunca chegaram a acionar.

O tenente Scott Carr descreve que as mulheres tinham a bordo da embarcação o dispositivo Epirb (em inglês, Emergency position-indicating radio beacons), um aparelho usado em situações de emergência com ligação a satélites e que transmite a localização, mas que nunca chegou a ser utilizado.

Tara Molle, porta-voz da guarda costeira, disse que, quando confrontadas com o porquê de nunca terem utilizado o dispositivo, as mulheres responderam que “nunca se sentiram verdadeiramente em perigo, como se fossem morrer nas próximas 24 horas”.

Esta explicação, no entanto, contrasta com as iniciais palavras da havaiana Jennifer Appel quando foi salva, que disse que se ninguém as tivesse localizado, “teriam morrido nas 24 horas seguintes”.

Phillip R. Johnson, um oficial reformado da guarda costeira e responsável pelas operações de busca e resgate, garantiu que “se o aparelho estava a funcionar e se estivesse ligado, o sinal de que estavam em apuros teria sido recebido muito rapidamente”.

Quando foram resgatadas, as mulheres explicaram que tinham diversos dispositivos de comunicação e que todos falharam, mas não referiram o Epirb, que se ativa manualmente ou quando é submergido. Johnson contesta esta afirmação: “Há algo de errado aqui. Nunca ouvi falar de uma situação em que tudo isto deixou de funcionar ao mesmo tempo”.

Além desta, a história das mulheres apresenta ainda outras incongruências, revela o Observador. De acordo como tenente Carr, a guarda costeira terá entrado em contacto com a embarcação das mulheres em junho, perto do Tahiti, e disseram que não estavam em perigo e que chegariam a terra no dia seguinte. Segundo o relato das havaianas, no entanto, nessa altura já estariam sem motores e com o mastro danificado.

As mulheres contaram ainda que passaram por uma tempestade, logo no primeiro dia da viagem (3 de maio) e que durou três dias. Os meteorologistas de Honolulu, contudo, disseram que não foi registada qualquer tempestade ou mau tempo naquela altura. Informação confirmada por imagens de satélite da NASA, lê-se no Telegraph.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.