Mugabe recusa ceder poder aos militares e afastar-se da Presidência

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GovernmentZA / Flickr

Robert Mugabe, presidente do Zimbabué

Colocado em prisão domiciliária na noite de terça para quarta-feira, o chefe de Estado zimbabueano encontrou-se esta quinta-feira à tarde, pela primeira vez, com o chefe do exército no edifício presidencial em Harare

O Presidente Robert Mugabe recusou esta quinta-feira categoricamente ceder o poder aos militares e afastar-se da liderança do Zimbabué, que manteve durante os últimos 37 anos, em conversações com os generais que assumiram esta semana o controlo da capital Harare.

Colocado em prisão domiciliária na noite de terça para quarta-feira, o chefe de Estado zimbabueano, de 93 anos, encontrou-se hoje à tarde, pela primeira vez, com o chefe do exército no edifício presidencial em Harare, relatou, em declaração à agência noticiosa francesa France Presse (AFP), uma fonte próxima dos militares.

“Eles encontraram-se hoje. Mugabe recusou demitir-se, penso que está a tentar ganhar tempo”, disse a fonte, que falou sob anonimato.

Imagens divulgadas do encontro mostram Mugabe, o chefe do Estado-Maior, general Constantino Chiwenga, e os enviados especiais da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) numa sala do edifício presidencial na capital zimbabueana.

A missão da SADC é integrada pelos ministros sul-africanos da Defesa e da Segurança Nacional, enviados pelo Presidente Jacob Zuma, que preside atualmente à organização sub-regional da África Austral.

O exército zimbabueano tomou na madrugada de quarta-feira a televisão estatal, assumiu o controlo de edifícios oficiais e anunciou a detenção de Robert Mugabe, e da sua mulher, Grace. Até à data, os militares rejeitaram a ideia de que esta crise, que também envolveu a detenção de vários ministros, é um “golpe de Estado”.

Segundo o exército zimbabueano, a operação foi desencadeada para visar “os criminosos” que rodeiam Mugabe, o mais velho dirigente em exercício do mundo, e não para desencadear “um golpe de Estado contra o Governo”.

Num comunicado divulgado na quarta-feira, o porta-voz das Forças Armadas, S. B. Moyo, qualificou a ação como “uma correção” de uma situação política, social e económica que se degenerou e, se não fosse resolvida, podia desencadear um conflito violento.

Robert Mugabe está no poder desde a independência do Zimbabué, em 1980, e é o candidato da Zanu-PF às eleições presidenciais de 2018.

Mugabe aparece pela primeira vez em público após golpe militar

O presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, marcou presença esta sexta-feira numa cerimónia de final de curso numa universidade de Harare, a primeira aparição pública desde que os militares tomaram o poder no país, tendo como objetivo terminar com a liderança de 37 anos do presidente.

Usando um traje académico amarelo e azul, Mugabe, de 93 anos, marchou lentamente em procissão enquanto uma banda tocava, até tomar lugar na frente do cortejo. Foi aplaudido quando anunciou a abertura da cerimónia.

Mugabe reaparece em público no mesmo dia em que o exército emitiu um novo comunicado, divulgado pela imprensa estatal, em que os militares garantem que foram feitos progressos significativos e pedidas responsabilidades a “alguns dos criminosos em torno de Mugabe no sentido de os levar à justiça, uma vez que cometeram crimes que causam sofrimento social e económico no país, enquanto outros permanecem à solta”.

“Queremos informar a nação de que progressos significativos foram alcançados no âmbito da nossa operação. Detivemos vários criminosos, enquanto outros continuam em fuga”, disse o exército num comunicado publicado no jornal estatal The Herald.

Os militares tomaram o controlo do país na madrugada de quarta-feira e, numa mensagem emitida durante a tomada da televisão nacional, disseram que não se tratava de um golpe contra o presidente, mas sim de uma operação contra “criminosos” ligados a Mugabe.

ZAP // Lusa

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1 Comment

  1. o costume destes democratas forjados pelo sistema democratico e depois perpetuados no poder por sistemas de intimidaçao e compadrio e tolerados pelos magnatas do mundo que continuam a enriquecer a conta da miseria instalada nestes paises governados por bandidos socialistas e psicopatas marxistas

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