O Ministério Público (MP) arquivou uma queixa de uma associação de moradores de Lisboa contra o graffiter Geco, cujas pinturas e autocolantes se podem ver por toda a cidade. Não se consegue identificar o artista e os moradores falam num “sentimento de impunidade”.
A Associação Vizinhos em Lisboa apresentou uma acção judicial contra Geco em Outubro de 2018, após uma entrevista do graffiter a um jornal onde se apresentava como um italiano de 27 anos que tinha como “objectivo” ser “visto e conhecido por toda a gente”.
“Quero atrair a atenção de todos e provocar um sentimento de amor ou ódio. Só não quero passar despercebido”, dizia Geco, como cita o Público, salientando que em Lisboa pode “pintar durante o dia”, algo impensável em Roma, de onde será natural, porque os polícias portugueses “são mais permissivos”.
A identidade real de Geco não é conhecida, mas os seus grafites encontram-se em vários locais de Lisboa, em pinturas murais e em autocolantes, tanto em edifícios como em sinais de trânsito e viadutos.
A Associação de moradores queixa-se de que há “um sentimento de impunidade”, considerando que é preciso “começar a agir, de forma sistemática e consequente contra estes indivíduos que infestam a nossa cidade de lixo gráfico”, como cita o Público.
Apesar desta posição, a queixa apresentada foi arquivada pelo MP na semana passada, com o argumento de que “das diligências realizadas”, “não foi possível obter indícios suficientes de quem foram os agentes do crime denunciado, uma vez que ninguém presenciou a sua prática”.
O arquivamento decretado pelo Tribunal da Relação obriga também a Associação a pagar custas judiciais de 408 euros, algo que a Associação considera “ultrajante”, como refere ao Público um dos seus dirigentes, Rui Martins.
“Com esta discutível decisão da Relação, o Estado (o poder judicial é um dos três pilares do Estado de direito) decidiu punir um grupo de cidadãos que fizeram o papel que competia ao Estado (através do sistema de Justiça e dos seus órgãos de polícia e investigação) e que este deveria ter já assumido, de forma decidida e efectiva”, lamenta a Associação numa nota citada pelo referido diário.
A Associação vai recorrer do pagamento das custas judiciais e promete continuar a lutar contra os grafites na capital, lembrando que a autarquia gasta milhares de euros em limpezas para os remover.
https://twitter.com/CamaraLisboa/status/1093580334866878466
Isso não tem nada haver com grafitte. Isso são TAGs o que considero basicamente como vandalismo. Não transmite nada ao contrario do grafitte…
O nome dele é Lorenzo Perris e ele mora em Roma