António Pedro Santos / Lusa

Os processos estão ligados à Operação Tutti-Frutti. Nem Medina nem Cordeiro foram chamados a prestar declarações.
O Ministério Público (MP) mantém Fernando Medina e Duarte Cordeiro sob investigação em três processos distintos, apesar de ambos terem sido recentemente ilibados no âmbito da Operação Tutti-Frutti.
De acordo com informações confirmadas pela Procuradoria-Geral da República ao Correio da Manhã, os processos encontram-se pendentes no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa e as investigações iniciaram em 2017.
Os processos em questão têm ligações diretas à Operação Tutti-Frutti, nomeadamente pela transferência de provas, como escutas e cópias de correio eletrónico. Um dos inquéritos, identificado com o número 118/19, solicitou, em 2020, o acesso aos emails de Fernando Medina e Duarte Cordeiro desde setembro de 2016, com o objetivo de investigar suspeitas de corrupção passiva e ativa. Este caso inclui ainda a análise de contratos de ajuste direto realizados pela autarquia de Lisboa com as empresas Tanagra e Tanagra II, durante a presidência de Medina.
Um segundo processo, sob o número 6930/17, investiga possíveis crimes de prevaricação e abuso de poder. Também neste inquérito foram solicitadas à Operação Tutti-Frutti cópias dos emails de Medina e do ex-vereador Manuel Salgado.
O terceiro processo em aberto envolve a contratação da empresa de Joaquim Morão, antigo autarca socialista, para a fiscalização de obras municipais. Nesta investigação, o MP analisa a possível prática de crimes de participação económica em negócio e abuso de poder, envolvendo novamente Medina e Cordeiro.
Apesar das investigações em curso, tanto Fernando Medina como Duarte Cordeiro nunca foram formalmente chamados a prestar declarações.
A ‘Operação Tutti Frutti’ iniciou-se em 2016 e resultou, até agora, numa acusação contra 60 arguidos. Contudo, outros processos paralelos foram arquivados ao longo dos anos, incluindo investigações relativas a suspeitas de prevaricação, abuso de poder e corrupção.
O MP continua a recolher provas e a avaliar a possibilidade de novas diligências, mantendo o foco em eventuais irregularidades na gestão da Câmara de Lisboa durante o mandato de Medina.
Quando que estes dois ladrões socialistas são presos?