O Ministério Público está a investigar o descarrilamento do comboio Alfa Pendular, em Soure, que, na última sexta-feira, provocou dois mortos, oito feridos graves e 36 feridos ligeiros.
Questionada na sexta-feira pela agência Lusa, a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou, esta terça, “a instauração de inquérito” relativo ao descarrilamento do Alfa Pendular.
Segundo a PGR, o inquérito foi aberto na primeira secção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Coimbra. Na nota enviada à Lusa, a PGR acrescenta que, na investigação, “o Ministério Público é coadjuvado pela Polícia Judiciária”.
A Infraestruturas de Portugal (IP) também já tinha revelado que abriu uma investigação interna ao acidente.
O comboio seguia no sentido sul-norte com destino a Braga e o descarrilamento ocorreu após o embate entre o Alfa Pendular e uma máquina de trabalho, perto da vila de Soure (distrito de Coimbra), junto à localidade de Matas.
Segundo uma nota informativa do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), a que a agência Lusa teve acesso, o veículo de conservação de catenária, no qual seguiam duas pessoas – as duas vítimas mortais –, passou um sinal vermelho e entrou na Linha do Norte, tendo sido abalroado pelo comboio Alfa Pendular.
Dos 44 feridos, quatro tiveram alta no local, 28 foram transportados para o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, incluindo três crianças, e 12 foram assistidos no Hospital da Figueira da Foz. Quase todos os feridos já tiveram alta hospitalar, à exceção dos três que permanecem internados em Coimbra.
A Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) considera que a administração da Infraestruturas de Portugal (IP) tem sido incapaz de criar as condições de segurança para evitar acidentes como este e, por isso, pede a sua demissão imediata.
ZAP // Lusa