O Ministério Público (MP) abriu um inquérito para apurar a legalidade da indemnização de 500 mil euros que a TAP pagou à agora ex-secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, quando saiu da empresa em fevereiro por “renúncia do cargo”.
Em resposta ao Expresso, órgão que avançou a notícia, o gabinete da Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou a instauração de inquérito, indicando que o mesmo se encontra “sujeito a segredo de justiça”.
Não foram prestadas informações se Alexandra Reis foi ou não constituída arguida nem que crimes podem estar a ser alvo de investigação.
Na passada terça-feira, Alexandra Reis demitiu-se do Governo a pedido do ministro das Finanças, Fernando Medina, na sequência do caso da indemnização de 500 mil euros da TAP. A governante esteve na transportadora aérea portuguesa até fevereiro do ano passado. Em julho, integrou outra empresa pública, a NAV.
Quando saiu da TAP, em fevereiro, Alexandra Reis fê-lo por divergências com a presidente executiva. A CEO quis afastá-la, mas houve negociação para que não houvesse destituição, mas sim uma renúncia, obtendo uma indemnização.
A resposta da TAP, com os esclarecimentos sobre a fórmula encontrada para a saída, foi remetida para a Inspeção-Geral de Finanças (IGF) e para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Dois dias depois, o ministro das infraestruturas Pedro Nuno Santos apresentou a demissão do Governo.