A mãe da criança de 7 anos que morreu no sábado, na Guarda, depois de cair de um terceiro andar, está acusada dos crimes de violência doméstica e de exposição ou abandono. O alerta dado às autoridades por uma tia do rapaz acabou arquivado, em Julho passado.
João Maria tinha 7 anos e morreu, depois de ter caído de um terceiro andar, num prédio na Guarda, numa altura em que estava sozinho em casa.
Um desfecho trágico para uma situação de violência doméstica e de negligência que tinha sido sinalizada por uma tia da criança, em Abril passado, com uma queixa na PSP, conforme refere o jornal Público.
O diário aponta que a Polícia Judiciária recolheu “testemunhos de abandono e de agressões físicas e psicológicas”.
O pai da criança, um militar da GNR, suicidou-se, há cerca de seis meses, enforcando-se dentro do Comando Territorial da Guarda. E a mãe, empregada de limpezas no Instituto Politécnico da Guarda, “com frequência dava sinais de embriaguez“, refere o Público.
“Não garantiria alimentação saudável ao filho, nem lhe daria o medicamento para o défice de atenção e hiperactividade, nem lhe prestaria a atenção devida”, aponta o jornal.
Mas apesar dos indícios, o Ministério Público arquivou o processo, em Julho passado, após auscultar “duas ou três testemunhas”, aponta o Público.
Nesta segunda-feira, o Tribunal da Guarda indiciou a mãe da criança pelo crime reiterado de exposição ou abandono e pelo crime de violência doméstica.
No dia em que morreu, a criança terá estado ao cuidado do irmão de 24 anos, empregado fabril, que, como tinha de ir trabalhar, pediu à namorada para ir buscar João Maria para almoçar.
A namorada deu o almoço ao menino e ficou com ele até ter que ir ao salão onde trabalhava como esteticista para atender uma cliente, a cerca de 150 metros da casa onde se deu a queda.
“A rapariga ainda o conduziu até casa, mas a mãe não abriu a porta, nem atendeu o telefone”, aponta o Público. Assim, acabou por deixá-lo sozinho e trancado no seu apartamento e está, agora, indiciada pelo crime de exposição ou abandono.
Acredita-se que a criança terá tentado sair do apartamento para ir a uma festa de aniversário que tinha naquela tarde, acabando por falecer em virtude da queda do terceiro andar.
As pessoas antes de serem pais e mães deviam fazer exames psiquiátricos para saber se podiam ter filhos ou não. Já há cá muita gente infeliz no mundo que não pediram para nascerem.