Afinal, as motos não vão à inspecção. Porquê?

Inspecções iriam ser obrigatórias ainda neste ano, foram adiadas, e provavelmente nem sequer vão começar. Ninguém anda em moto com defeito?

Motociclos, triciclos e quadriciclos com cilindrada superior a 125 cm3 iriam ter que passar por inspecções periódicas obrigatórias. Algo que não acontece, não são obrigadas.

O decreto-lei aprovado pelo Governo de António Costa indicava que as inspecções aos motociclos seriam realizadas 5 anos após a data da primeira matrícula e, depois, de 2 em 2 anos.

A mudança, supostamente, já seria implementada em 2024; mas há quase um ano foi adiada para 2025.

Mas, afinal, essa medida nem sequer vai ser implementada, aparentemente.

O PS, quando liderava o Executivo, tinha prometido avançar com essa portaria que nunca foi publicada. Mas este Governo liderado pela AD tem outras ideias (e a ideia inicial até tinha sido dos tempos de Passos Coelho enquanto primeiro-ministro).

O grupo parlamentar do PSD propôs que essa medida nem comece. PS e Chega concordam e assim as inspecções obrigatórias a motas nem vão começar, assegura o Jornal de Notícias.

“Apenas 0,3% dos acidentes com motas são provocados por falhas técnicas ou mecânicas”, justificou o deputado do PSD, Miguel Santos.

“Não fazia sentido nenhum. Era só dar 15 milhões de euros por ano às empresas de inspecção”, acrescentou Filipe Melo, do Chega.

O processo era muito complexo, ouve-se na rádio Observador: “As vantagens que poderiam trazer para a segurança seriam mínimas”, explicou o especialista Alfredo Lavrador.

Ninguém anda numa mota defeituosa. Porque quem conduz sabe que, quando cai, a própria pessoa é o pára-choques”, comentou.

Curiosamente, condutores de motas ouvidos pelo ACP acham que as motas também deveriam passar por inspecção obrigatória, tal como os carros.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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