/

Mosaico romano de barco de Calígula “salvo” após décadas como mesinha de café

1

Nicolaes Witsen

Barcaça real usada por Calígula, pintada por Nicolaes Witsen.

Depois de décadas usado como mobília por um casal em Nova Iorque, Estados Unidos, um raro mosaico com mais de 1.900 anos foi hoje colocado em exposição num museu em Itália.

O mosaico de 1,5 metros quadrados do mestre Porphyry, a partir de agora exposto no Museu dos Navios Romanos na cidade italiana de Nemi, adornou o chão dos “palácios flutuantes” do imperador romano Calígula, navios cerimoniais de grandes dimensões construídos por volta de 40 d.C.

Os luxuosos navios afundados durante séculos no Lago Nemi, a sul de Roma, foram resgatados no final da década de 1890, desconhecendo-se quando foi pilhado o mosaico em causa, encontrado em Nova Iorque em circunstâncias fortuitas.

Em outubro de 2013 na 5.ª avenida de Nova Iorque, na apresentação de um novo livro do perito italiano em mármores e pedras preciosas Dario Del Bufalo, este ouviu duas mulheres a debruçarem-se sobre uma foto do mosaico agora recuperado e a exclamarem “é o mosaico da Helen”.

“Perguntei-lhes quem era a Helen e disseram-me que era uma mulher que tinha este mesmo mosaico na sua casa em Park Avenue”, disse hoje Del Bufalo em Nemi, na cerimónia que assinalou o regresso da peça ao Museu dos Navios Romanos.

Helen era Helen Fioratti, uma comerciante de antiguidades casada com um jornalista italiano, que havia comprado o mosaico em Itália no final da década de 1970 e enviado-o para Nova Iorque, onde foi convertido em tampo de mesinha de café.

Segundo Fioratti, no ato da compra foi-lhe dito que a peça era proveniente da coleção de uma família aristocrática italiana, os Barberini.

Em 2017, a procuradoria de Manhattan apreendeu o mosaico e entregou-o às autoridades consulares italianas, tendo sido hoje colocado em exposição em Nemi, juntamente com outros artefactos recuperados.

Na cerimónia no Museu dos Navios Romanos, Alberto Bertucci, presidente da câmara de Nemi, congratulou-se hoje com o regresso das peças, de elevado​ valor cultural.

“Estes navios (de Calígula) eram como edifícios: confirmavam a grandeza do imperador e do Império Romano”, afirmou.

ZAP // Lusa

Siga o ZAP no Whatsapp

1 Comment

  1. Como é que estas relíquias saem dos seus países de origem para muitas vezes desaparecerem sem deixar rasto! O seu lugar é sem dúvida no Museu dos Navios Romano! Alguns americanos sabem lá quem foi Calígula!!

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.