Novas manifestações no Sudão fazem pelo menos sete mortos e 181 feridos

Marwan Ali / EPA

Um dos manifestantes nos novos protestos em Cartum, Sudão, para exigir a transição para um Governo civil

A agência oficial Suna avança que pelo menos sete pessoas morreram e 181 ficaram feridas, na sequência dos protestos deste domingo para pressionar o Exército a fazer a transição para um Governo civil.

Pelo menos sete pessoas morreram e 181 ficaram feridas no Sudão na sequência das manifestações massivas de domingo para exigir a transição para um Governo civil, noticiou a agência oficial Suna, citando o Ministério da Saúde.

Num balanço divulgado anteriormente, um comité médico próximo da contestação dava conta de cinco mortos. “Há ainda vários feridos graves, atingidos por balas de milícias do conselho militar”.

Respondendo ao apelo do principal movimento da contestação, composto por estudantes universitários, dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas para pressionar os generais que tomaram o poder depois da destituição, em abril, do Presidente Omar al-Bachir.

As autoridades sudanesas lançaram gás lacrimogéneo e ‘snipers’ dispararam para dispersar as dezenas de milhares de pessoas que se manifestaram em Cartum, capital do Sudão.

O número dois do conselho militar de transição, no poder, o general Mohammed Hamdan Daglo, disse à agência France Presse que houve disparos de ‘snipers’ sobre civis e paramilitares durante a manifestação, convocada para reclamar uma transferência de poder.

As manifestações ocorrem depois de as negociações entre o Conselho Militar do Sudão, que governa o país, e os líderes dos protestos, para um acordo de partilha de poder, terem chegado a um impasse.

No início do mês, pelo menos 128 pessoas foram mortas numa outra manifestação e na repressão que prosseguiu nos dias seguintes, segundo os médicos presentes no local. As autoridades indicaram um balanço de apenas 61 mortos.

Em junho, pessoas de todo o mundo alteraram as suas fotografias de perfil nas redes sociais para um fundo azul em apoio ao movimento #BlueforSudan, que queria alertar para o que está acontecer no país africano e também para homenagear Mohamed Mattar, uma das vítimas mortais dos recentes confrontos entre manifestantes e o Exército em Cartum.

A situação começou a ser denunciada nas redes sociais por Shahd Khidir, uma amiga de Mattar e ‘beauty influencer’ com quase 90 mil seguidores no Instagram, que alertou para o facto de os media mundiais não noticiarem o que se está a passar no seu país.

O Darfur é palco desde 2003 de conflitos entre forças sudanesas e rebeldes de minorias étnicas que se dizem “marginalizados pelo governo central”. Segundo as Nações Unidas, o conflito em Darfur deixou cerca de 300 mil mortos e mais de 2,5 milhões de deslocados.

ZAP // Lusa

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