Mortes de crianças em Gaza batem novo recorde “horrível” em 3 semanas de guerra

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Haitham Imad / EPA

Hospital Faixa de Gaza, 17 de outubro

Já morreram mais de 3457 crianças na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e o Hamas. Em apenas três semanas de conflito, o número de vítimas entre os menores de idade bateu um recorde “horrível”.

Um relatório da organização não governamental (ONG) Save The Children reporta que morreram mais crianças na Faixa de Gaza, em apenas três semanas de guerra, do que ao longo de um ano inteiro em todos os conflitos armados ao redor do mundo, durante os últimos três anos.

A ONG conta em 3257 as crianças mortas desde o início da guerra entre Israel e o Hamas no passado dia 7 de Outubro – 3195 morreram em Gaza, 33 na Cisjordânia e 29 em Israel, de acordo com dados oficiais dos Ministérios da Saúde de Gaza e de Israel que são citados pela Save The Children.

Entretanto, os números já serão ainda mais trágicos com o evoluir do conflito. A ONG Defense for Children International Palestine cita 3457 crianças mortas só em Gaza.

As crianças representam “mais de 40%” das 7703 pessoas que já morreram em Gaza, de acordo com esta ONG.

Há ainda mais mil crianças desaparecidas que se acredita que podem estar debaixo dos escombros da guerra, depois dos bombardeamentos israelitas.

Um novo recorde “horrível”

O número ultrapassa as mortes de crianças em todos os anos passados, em conflitos ao redor do mundo, desde 2019.

Em todo o ano de 2022, morreram 2985 crianças, em 2021 o número foi de 2515, em 2020 de 2674 e em 2019 situou-se nas 4019 crianças mortas, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).

Esta comparação é “um abre-olhos” e reflecte algo “horrível”, como nota a porta-voz da Save The Children, Dalia Al-Awqati, em declarações ao canal de televisão canadiano CBC.

“São crianças que tinham futuros, tinham vidas pela frente, tinham famílias que as amavam”, salienta Dalia Al-Awqati apelando a um cessar-fogo para “garantir que estas graves violações não continuem”.

Crianças estão a ser amputadas sem anestesia

Na contagem das vítimas da guerra, é preciso falar também das 6360 crianças feridas em Gaza, 180 na Cisjordânia e 74 em Israel.

E a situação destes e de outros feridos em Gaza, não é animadora, uma vez que vários hospitais estão sem condições para prestarem os melhores cuidados
médicos devido aos cortes de electricidade e ao cerco imposto por Israel, com o bloqueio à entrada de bens, tais como combustível e medicamentos.

Os Médicos Sem Fronteiras já anunciaram que devido à escassez de anestésicos, há crianças a serem amputadas sem qualquer medicamento que alivie a dor.

É preciso também recordar que há outras crianças que são reféns do Hamas entre as mais de 200 pessoas que foram sequestradas em Israel.

“Violações graves de proporções épicas”

“Os números são angustiantes e com a violência não só a continuar, mas a aumentar em Gaza, neste momento, muito mais crianças continuam em grave risco“, lamenta o director da Save the Children na Palestina, Jason Lee, citado num comunicado da ONG.

Jason Lee teme que a continuidade das operações militares de Israel agrave ainda mais estes números e, por isso, apela a um “cessar-fogo” como “a única forma de garantir a segurança” das crianças.

“A comunidade internacional deve colocar as pessoas à frente da política – cada dia passado a debater está a deixar crianças mortas e feridas”, acrescenta Lee.

A morte de uma só criança já é demais, mas estas são violações graves de proporções épicas”, conclui o director da Save the Children na Palestina.

A ONU também já apelou a uma “trégua humanitária” em Gaza depois da aprovação de uma resolução não vinculativa no passado dia 27 de outubro, em Assembleia Geral.

Susana Valente, ZAP //

9 Comments

  1. É horrível. Mas é a guerra. Numa guerra morrem civis. É a triste realidade. Sempre assim foi e sempre assim será. Dizer que não podem morrer civis é a mesma coisa que dizer que Israel se tem que render ao Hamas. Não há como derrotar o Hamas sem morrerem civis porque o Hamas vive no meio dos civis, esconde armas em escolas, hospitais, etc.

    Se Israel se estivesse a borrifar para os civis, não morriam 5000, morriam 50000 ou 100000. Como nos bombardeamentos na 2a GM, aí sim ia tudo a eito. Israel até avisa antecipadamente onde e quando vai atacar, ninguém faz isso! O problema é que o Hamas diz para ninguém se ir embora, porque quer que morram civis, quantos mais melhor.

  2. Porque é que o É assim não se vai embora? Para Marte ou Júpiter talvez, mas para bem longe e já agora com todos os que pensam assim…

  3. E os cobardes do Hamas, escondidinhos que nem ratos nos túneis por baixo de Gaza, esfregam as mãos de contentes. Conseguiram o que queriam e mostraram mais uma vez que odeiam tantos os israelitas como os palestinianos. São os grandes culpados desta carnificina, mas ainda há quem os defenda.

  4. Porquê?!! Não deixa de ter razão. Qual é a alternativa de Israel? Já pensou que se Israel cedesse, de seguida estes terroristas vinham para a Europa? A culpa de tudo isto é do Hamas. Mas a maioria das pessoas perfere embarcar na histeria colectiva de condenar Israel sem perceber que este não tem alternativa. É muito triste, mas é a realidade.

  5. Clara Fonseca, 100% de acordo. Israel não tem outra opção – deixar o Hamas fazer o que quiser não pode ser. Israel, sob pressão internacional, desocupou completamente Gaza em 2005, agora se vê que não devia.

    Estes comentadores “pacifistas de sofá” não se apercebem que isto não é apenas um conflito local. Quando há algum tempo o ISIS disse que queria reconquistar a península ibérica, isso é para levar a sério!

  6. Assassinar os pequenos da sinal de enormes crimes de guerra e barbarie e deve ser considerado crime de guerra que tem de ser julgado em tribunal

  7. Os ocupantes nazistas deveriam sair para a Antartida por la haver imenso espaco e poderiam atirar no gelo em vez de pequenas inocentes criancas

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