Não entraram ambulâncias nem camiões com combustível. Ajuda não vai ser suficiente: ONU já alertou que apoio deverá ser mais “substancial”, da ordem dos 100 camiões por dia, e a sua segurança, acautelada.
O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) confirmou este sábado que 20 camiões com comida, água e medicamentos entraram na Faixa de Gaza, controlada pelo grupo islamita Hamas, através da passagem de Rafah.
Depois de cerca de três mil toneladas de ajuda se amontoarem há dias à espera de serem encaminhadas — mais de 200 camiões carregados — só 10% dos veículos pesados passaram pelos enormes portões do posto fronteiriço , no 15.º dia da guerra entre Israel e o movimento islamita Hamas.
Da parte egípcia de Rafah, voluntários disseram à EFE que não entraram ambulâncias nem camiões com combustível.
O vice-diretor do gabinete do OCHA nos territórios palestiniano, Andrea De Domenico, indicou à agência EFE que esta ajuda não vai ser suficiente para os palestinianos que se encontram em Gaza, onde vivem 2,3 milhões de pessoas, das quais 1,4 milhões, segundo a agência da ONU, estão deslocados internamente devido aos bombardeamentos israelitas na parte norte do território.
De Domenico indicou que há negociações entre as partes envolvidas para que a entrega de ajuda seja “sustentável” ao longo do tempo. O responsável da ONU para as emergências humanitárias defendeu esta quarta-feira que a ajuda a Gaza, assim que puder atravessar a fronteira do Egito, deverá ser “substancial”, da ordem dos 100 camiões por dia, e a sua segurança, acautelada.
A entrega de ajuda será supervisionada pela ONU, mas é a Cruz Vermelha egípcia que lidera a operação de entrada da assistência no enclave palestiniano por aquela que é a única saída para o exterior da Faixa de Gaza, na fronteira com o Egito. Já as restantes passagens fronteiriças são com Israel.
Esta fronteira estava encerrada desde o início dos bombardeamentos israelitas ao território, como represália pelo ataque do Hamas a Israel no passado dia 07 de outubro, que fez 1.400 mortos e mais de 200 reféns, que foram levados para Gaza.
À medida que o conflito entra na sua terceira semana, a ajuda é desesperadamente necessária para os habitantes de Gaza, cujo território continua a ser incessantemente bombardeado por Israel, que prometeu “aniquilar” o Hamas.
ZAP // Lusa
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