No leito da morte, homem confessa autoria de assalto a banco e resolve mistério com 50 anos

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Em 1969, Ted Conrad fugiu sem deixar rasto depois de roubar 250 mil dólares do banco onde trabalhava. Só quando estava às portas da morte, em 2021, é que confessou o crime e resolveu o mistério.

Era um mistério que intrigava as autoridades há mais de 50 anos. Em 1969, um banco em Cleveland, no estado norte-americano do Ohio, foi assaltado. Ao contrário de muitas histórias em que se consegue capturar os assaltantes depois de uma perseguição emocionante ou através de um detalhe esquecido pelos criminosos, este foi um dos raros casos, em que não houve erros ou pistas que ajudassem a polícia.

Nos seus últimos dias de vida em Maio de 2021, Thomas Randele confessou o crime, reporta a AP News. Poucos tempo antes da sua morte aos 71 anos devido a um cancro no pulmão, a sua esposa convidou os seus colegas de trabalho e amigos do golfe a visitarem-no pela última vez em casa.

Os amigos juntaram-se para se despedirem de um homem que diziam ser uma das pessoas mais simpáticas que já tinham conhecido, tendo Randele até sido amigo de um agente do FBI.

Na altura, o homem não conseguia falar, mas já tinha confessado à mulher e à filha ser o autor do assalto, apesar de estas não fazerem ideia até o marido e pai estar às portas da morte.

Só agora é que a polícia está a conseguir perceber como é que o homem conseguiu escapar à justiça durante tanto tempo sem qualquer suspeita. Ted Conrad, o nome que tinha antes de o mudar, descobriu rapidamente que a segurança no Society National Bank em Cleveland tinha muitas fraquezas pouco depois de começar a trabalhar na caixa.

De acordo com Russell Metcalf, o seu melhor amigo do secundário, Conrad terá dito que seria fácil assaltar o banco. Um dia depois do seu 20º aniversário, o jovem saiu do trabalho com 215 mil dólares tirados do cofre. Quando se notou pela falta do dinheiro, Conrad já estava em fuga pelo país.

Seis meses depois, o assaltante estava a viver em Boston, no Massachusetts, com um novo nome. A família chegou a presumir que estivesse morto. O assalto não chegou a capturar muita atenção mediática, com o país distraído com a viagem história da Apollo 11 até à Lua.

A sua fuga foi praticamente perfeita e nem o marechal John Elliott, que dedicou a sua vida a tentar investigar o caso, nem o seu filho Pete Elliott, que continuou a busca após a morte do pai em Março de 2020, conseguiram capturar o assaltante.

Até agora ainda não se sabe o que foi feito do dinheiro roubado, o que foi outra das estratégias que ajudou Conrad, já que não o esbanjou para não levantar suspeitas. As autoridades suspeitam que tenha sido perdido em maus investimentos.

Nos anos 70, o assaltante trabalhou num clube privado nos arredores de Boston e foi o seu gerente e, pouco tempo depois, conheceu a sua mulher. Pouco depois, começou a vender carros, o mesmo trabalho que o ocupou à sua reforma.

Os investigadores acreditam que o filme “O Caso de Thomas Crown“, lançado em 1968, inspirou o jovem, já que o filme retrata um executivo bancário que escapa depois de assaltar o banco e foi filmado em Boston, a cidade para onde Conrad fugiu.

ZAP //

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