Mortágua apanhada em nova “meia-mentira”

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Paulo Novais / Lusa

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua

Numa entrevista que até parecia combinada, a coordenadora do BE disse que a “Lei Cristas” foi declarada inconstitucional. Não é bem assim.

Mariana Mortágua está outra vez “embrulhada” numa declaração sobre o passado que não corresponde totalmente à verdade.

O contexto volta a ser o Novo Regime de Arrendamento Urbano, ou “Lei Cristas”, já que foi uma iniciativa de Assunção Cristas, que era ministra nessa altura (2012).

No debate com Luís Montenegro, a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) disse que a sua avó ficou em “sobressalto” ao receber cartas do senhorio “porque não sabia o que é que lhe ia acontecer” devido ao aumento das rendas.

Rapidamente se verificou que a avó de Mortágua estava protegida de uma eventual expulsão de casa porque tinha mais de 65 anos.

Neste domingo o assunto voltou a aparecer na televisão. Desta vez num formato mais descontraído.

Na SIC, numa entrevista a Ricardo Araújo Pereira (que em vários momentos pareceu combinada ou com cumplicidade evidente), a primeira pergunta foi precisamente sobre “a avó”.

Mariana Mortágua reforçou: “O caso da minha avó não era apenas uma sensação. Era uma sensação que tinha uma lei por trás, que era tão boa ou tão má, que foi declarada inconstitucional pelo Tribunal Constitucional. O Tribunal Constitucional também teve a sensação de que a lei era capaz de ser um bocadinho injusta”.

Não é bem assim.

A revista Sábado sublinha que o que foi declarado inconstitucional foi uma alínea dessa Lei, e não todo o Novo Regime de Arrendamento Urbano.

Foi o artigo 31.º, n.º 6 da Lei 31/2012, que garante que “a falta de resposta do arrendatário vale como aceitação da renda”.

Ou seja, foi declarada inconstitucional a parte de se assumir que, se não respondesse à tal carta, o inquilino estava a aceitar o novo valor da renda. O Tribunal achou que essa alínea violava o direito à habitação e a protecção aos habitantes que estão noutro país.

E poderia estar em causa a “aceitação” de inquilinos que nunca tinham recebido a carta – sobretudo se estivessem no estrangeiro nessa altura.

O próprio portal do Bloco de Esquerda anunciou em 2020 que a norma é inconstitucional, não toda a lei.

É a terceira vez que Mortágua é apanhada a mentir / distorcer a verdade nesta campanha eleitoral. Além destes dois momentos (avó e inconstitucionalidade), também alegou que o seu pai tinha sido condenado a prisão perpétua – que também não foi bem assim.

ZAP //

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15 Comments

  1. A Mariana continua a provocar muita urticária.
    Ainda bem.
    É a prova provada do seu valor e competência, que quem tem vergonha de verbalizar, disfarça com criancices da pré – escola.
    “és nentirosa/não não sou nada tu é que és/quem o diz é quem o é”.
    Enfim, criancices de gente crescida, de quem esperaríamos e desejamos muito mais.

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  2. Há uma coisa em que os políticos deviam investir muito (digo eu, ingénuo): credibilidade. Infelizmente, continuam a falhar. E acontece em todos os quadrantes.

  3. Nada de novo, no reino político a mentira ou omissão faz parte da retórica, os portugueses já o sabem há 50 anos. Inadmissível e hipócrita, é esses mesmos políticos e seus aficionados chamarem mentirosos aos outros.

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  4. Lucinda, você continua a não querer ver a verdade, esta “sua” menina mente com todos os dentes que a foto deste artigo mostra. Você deve querer viver em Portugal como se vive na Venezuela!

  5. Ou seja, o que foi declarado incostitucional foi exatamente a parte que estava em questão (a de que, em caso de não-resposta, vinha o aumento, mesmo para quem tivesse mais que 65 anos)

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  6. Há quem não acredite, mesmo ouvindo a D. Mariana a falar da sua avozinha e do sr. seu pai.
    A fotografia da Mariana é muito sugestiva para passar a mensagem, como soe dizer o povo: mentir com os dentes todos.

  7. Caros Comentadores ; para ser Politico , mentir por opção ou omissão , é uma qualidade indispensável para conseguirem um assento ao quente para se Governarem !

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