Ursa que lutou com um macho para salvar a sua cria não sobreviveu

A ursa que lutou com um macho para proteger a sua cria acabou por não sobreviver aos ferimentos e morreu, mesmo depois das operações de resgate.

A luta decorreu num penhasco em junho e começou depois de o urso macho ter tentado atacar a cria, que conseguiu escapar.

O ataque, de acordo com a organização ambientalista espanhola Naturaleza Castilla y León, já tinha ocorrido antes com a mesma ursa, que já tinha perdido uma cria numa situação semelhante.

A luta foi-se tornando mais violenta, provocando a queda dos dois ursos de um penhasco de dezenas de metros, numa montanha perto de Peña de Santa Lucía, no norte de Palencia, na comunidade de Castela e Leão.

O urso, que pesava cerca de 217 kg, acabou por morrer. Acreditava-se que a fêmea estava gravemente ferida, sendo que foi encontrado sangue nas rochas onde caiu.

A ursa foi depois encontrada viva numa caverna perto do local do ataque, e presumia-se que estivesse com a cria, segundo as autoridades ambientais de Castela e Leão.

O espaço esteve a ser monitorizado, através de câmaras, pelas autoridades ambientais da comunidade espanhola de Castela e Leão, de modo a capturar o animal para o conseguirem tratar, avançou a CNN Portugal.

Foram levados alimentos, tais como fruta, ração e água para a caverna, que tem um comprimento de galeria superior a 15 metros, com estreitamento inferior a 80 centímetros e inúmeros poços verticais.

Apesar das operações de resgate, a ursa acabou por não sobreviver aos ferimentos e morreu. As autoridades ambientais da região espanhola de Castela e Leão encontraram os cadáveres do animal e de duas crias, numa gruta com 33 metros de profundidade, no Parque Natural Montaña Palentina.

A ursa conseguiu abrigar-se com as crias numa gruta e, segundo os especialistas que estudaram o caso, a fêmea poderá ter sofrido ferimentos graves na sequência do confronto, de acordo com as amostras de sangue encontradas na área das buscas.

As autoridades ambientais seguiram o rasto dos animais durante semanas, deixando água e comida na caverna onde se abrigavam, mas confirmam agora a sua morte.

Os cadáveres foram transportados para o Centro de Recuperação de Animais Selvagens, em Burgos, para determinar através de autópsia qual foi a causa da morte e se, de facto, as crias são filhas do urso adulto que os atacou.

Guillermo Palomero, presidente da Brown Bear Foundation, garante que o desfecho, embora negativo, era “esperado”. “São coisas que acontecem na natureza”, sublinha.

De acordo com o especialista, a ursa já estava gravemente ferida e, “ao entrar na cavidade cheia de buracos, acabou por cair num dos abismos e os filhotes tiveram o mesmo destino”.

Alice Carqueja, ZAP //

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