Fernando Frazão / Agência Brasil

Viajou pelo mundo a fotografar comunidades e paisagens. O seu “amor pela humanidade” valeu-lhe dezenas de prémios internacional. Fotógrafo e ambientalista brasileiro morreu esta sexta feira aos 81 anos.
O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, considerado um dos mais importantes expoentes da fotografia do mundo, morreu hoje, aos 81 anos, informou o Instituto Terra, organização não-governamental fundada pelo artista.
“Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos do nosso tempo. Ao lado da sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade. A sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora”, lê-se num comunicado do Instituto Terra.
Conhecido pelo seu trabalho documental e por fotografar em preto e branco, Salgado foi laureado com os principais prémios de fotografia do mundo e morreu no dia em que é inaugurada a exposição “Venham Mais Cinco – O Olhar Estrangeiro sobre a Revolução Portuguesa (1974–1975)”, em Almada, que inclui fotos suas tiradas durante a revolução.
Em África, foi várias vezes enviado pelo Banco Mundial e pela Médicos sem Fronteiras para realizar trabalho jornalístico — seu trabalho destaca-se exatamente pelo documentário. No ano de 2000, apoiado pela UNICEF, realizou uma exposição no Escritório das Nações Unidas em Nova Iorque, que consistia em 90 retratos de crianças desalojadas.
Ao longo da vida, foi fazendo parte de várias agências de fotografia, tendo trabalhado para algumas das mais importantes do mundo, como a Sygma, a Gamma e a Magnum, para a qual chegou mesmo a fotografar a tentativa de assassinato de Ronald Reagan, no dia 30 de março de 1981.
Depois disso, ficou internacionalmente célebre no mundo da fotografia, tendo vencido diversos prémios, inclusive o World Press Photo
A sua causa de morte ainda não foi revelada, porém, o Folha de São Paulo revela que o fotógrafo se debatia com problemas de saúde desde 1990, depois de ter contraído malária.
ZAP // Lusa